Os empreendedores mais argutos já perceberam que bicicletas são mais do que um meio de transporte ativo. Podem ser também lojas que permitem várias vantagens
Os empreendedores mais argutos já perceberam que bicicletas são mais do que um meio de transporte ativo. Podem ser também lojas que permitem várias vantagens, em comparação com as lojas tradicionais: menor custo, flexibilidade de horários e facilidade de deslocamento até o consumidor final. Ainda encontradas esparsamente nas grandes metrópoles brasileiras, as bike stores, também conhecidas como cicloloja, são uma tendência com amplos motivos para vingar.
A designer Flávia Ferreira, dona da marca paulistana de acessórios F. Ferreira, enxergou as possibilidades oferecidas por uma loja não-motorizada com duas rodas e encomendou à empresa Maxiboom uma bike artesanal que funciona como bike store. A cicloloja, que custou R$ 10 mil e é movida pelas pedaladas da própria Flávia, ficou pronta há um mês e já circulou em busca de clientes por locais como a Casa das Caldeiras, na Avenida Francisco Matarazzo, Feira do Bixiga e Baixo Augusta, entre outros pontos da capital paulista. Toda estilosa, a magrela não deixa de ser um chamariz para os produtos.
Flávia filia sua marca a uma tendência chamada slow fashion. Quem já teorizou sobre isso emprega, para definir esse conceito, termos como “moda desacelerada”. Há preocupação também com sustentabilidade. A designer, levando essa proposta a sério, logo se convenceu de que um meio de transporte não poluente como a bike tinha tudo a ver com isso. Sua cicloloja nasceu dessa feliz conjugação de ideias.
Ferreira desenvolveu o conceito da marca, que casou com o de sua bike store. Trabalha com ferro, metal que se relaciona a seu próprio sobrenome. A bike criada pela Maxiboom, um modelo que agrada aos olhos, consumiu madeira de boa qualidade e ferro. O único problema é que ficou um pouco pesada. Flávia, que mora na rua Frei Caneca, sua para conduzi-la na subida do espigão da Paulista, uma das muitas elevações que compõem o acidentado relevo paulistano.”É uma bicicleta pesada. Como se trata de um projeto novo, ficou assim”.
Flávia, aos 30 e poucos anos, ainda conserva a bicicleta que começou a pedalar aos 11 anos de idade. As dificuldades para se deslocar numa cidade que cresceu voltada para os interesses dos donos de automóveis, esquecendo-se dos ciclistas, foram responsáveis pelo receio de pedalar. A recente expansão da rede cicloviária paulistana e a mudança da designer para a região central da cidade reacenderam a paixão antiga pela bicicleta.
“Sempre tentei correr, mas nunca foi um exercício que me fascinou. Também nunca fui apaixonada por competição. O que sempre gostei no ciclismo é a sensação do vento no rosto. Quando vi tanta gente no centro pedalando, resolvi aderir, e agora me sinto mais segura, graças à ciclovia”.
O ciclismo, que funciona para Flávia mais como relaxamento mental do que como atividade voltada para a manutenção da forma física, é também uma plataforma de negócios e a expressão de um conceito que corresponde a valores que enxerga em sua marca. “Eu diria que a bicicleta veio para unir todas as nossas inspirações”.
Por: Ativo.com
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