A etapa final da sétima edição da Brasil Ride foi realizada neste sábado, 22 de outubro, e fechou com chave de ouro a principal ultramaratona de MTB das Américas.
A etapa final da sétima edição da Brasil Ride foi realizada neste sábado, 22 de outubro, e fechou com chave de ouro a principal ultramaratona de MTB das Américas. Na principal categoria da competição, Open, a dupla da Trek San Marco II, formada por Fabian Rabensteiner (ITA) e Alexey Medvedev (RUS), não deu chances para o azar e comemorou o título com mais uma vitória, a quarta em sete estágios. Daniel Geismayr (AUT) e Jochen Kaess (ALE), vice-campeões no geral, completaram em segundo, enquanto Jiri Novak (CZE) e Hans Becking (HOL) concluíram na terceira colocação do dia, porém não com tempo suficiente para ultrapassarem Tiago Ferreira (POR) e Roel Paulissen (BEL), dupla que garantiu o terceiro lugar no acumulado.
Após terem mais de 16 minutos de vantagem para Daniel Geismayr e Jochen Kaess ao final da quarta etapa e verem essa diferença cair para menos de dez minutos no dia seguinte, Fabian Rabensteiner e Alexey Medvedev foram os destaques das duas provas finais, garantindo o título da competição com 13min52 à frente de Daniel e Jochen. “Confesso que antes do início não esperávamos vencer, porque viemos aqui para ajudar a outra dupla da Trek San Marco, formada pelo Samuele Porro e por Damiano Ferraro. Porém, depois deles sofrerem um acidente e não continuarem na corrida, mudamos nossos planos”, relembrou Fabian.
“Daí em diante fizemos nosso máximo, dia a dia, para garantir a manutenção da camisa amarela, a de campeão geral da Open. Essa foi uma das competições mais difíceis da minha carreira. Entre a segunda e quinta etapas, foram quatro dias pedalando mais de quatro horas e meia, com subidas muito inclinadas e descidas bastante técnicas. Por tudo isso, nós estamos muito felizes com a vitória geral. Agora terei três semanas de folga merecidas”, completou Fabian Rabensteiner.
“Foi um dia incrível. Acredito que esta foi minha melhor temporada na carreira. Estou muito feliz. A Brasil Ride foi uma corrida muito bem organizada, com percursos ótimos. Uma competição difícil e com muito calor todos os dias, em um lugar lindíssimo. Espero voltar no próximo ano”, contou Alexey Medvedev. “Gostaria ainda de dedicar este título ao nosso chefe de equipe, Marcon Trentin, e também a minha filha Bárbara”, concluiu.
Para Daniel Geismayr e Jochen Kaess, o balanço é positivo, mesmo não conseguindo o objetivo principal de serem campeões. Após passarem por maus momentos no quarto dia, com um acidente ao atravessarem um mata-burro no momento em que lideravam com boa folga a segunda etapa Rainha, a dupla da Centurion Vaude comemorou o resultado. “Com certeza queria a vitória, ainda mais depois do ano passado, quando tivemos uma queda que nos tirou da prova. De qualquer forma, estou feliz com o resultado. Você sempre tem surpresas na Brasil Ride e, mais uma vez, foi conosco que houve um acidente. Tentamos manter um ritmo constante todos os dias e, apesar de não sermos os campeões, o vice é um resultado satisfatório”, contou Daniel
Briga pelo pódio – Enquanto os atletas da Trek San Marco II e Centurion Vaude foram os protagonistas nas últimas cinco etapas, a briga pelo terceiro lugar esteve equilibrada até o final. Após Hugo Prado e Lukas Kaufmann iniciarem o último dia na frente, os campeões mundiais Tiago Ferreira (POR) e Roel Paulissen (BEL) superaram a dupla de Belo Horizonte e garantiram a terceira colocação geral. A quarta posição após sete etapas foi de Hans Becking e Jiri Novak, a 38 segundos de Tiago e Roel, seguidos de Hugo e Lukas, 6 minutos atrás.
“Para mim, foi a Brasil Ride mais dura até hoje. Depois daquela quarta etapa em que fiquei sem água e me desgastei muito, a única esperança era vencer alguma etapa ou lutar pelo pódio. Felizmente nas três etapas finais conseguimos ir ganhando, pouco a pouco, tempo em relação aos adversários e superamos a desvantagem de um minuto e 30 para Hugo e Lukas. A tática foi atacar o máximo possível desde o início, para endurecer a corrida. Desta forma, em uma etapa tão rápida como a última, poderíamos conseguir tirar a desvantagem. Felizmente deu certo e estamos super felizes pela colocação depois de tudo”, contou Tiago.
Disputa mais equilibrada – A luta pela camisa branca, de campeão das Américas entre os homens, foi a mais disputada entre todas as nove “Jerseys” da competição. Apenas 58 segundos separavam os brasileiros Sherman Trezza e Wolfgang Soares do catarinense Ricardo Pscheidt e do costarriquenho José Montoya, da Trek Latin America. No fim, Sherman e Wolfgang optaram pela estratégia bem sucedida de marcar seus rivais nesta última etapa.
“Assumimos a camisa no primeiro dia com uma diferença chegando a 11 minutos. Dia após dia perdemos vantagem, para menos de um minuto. A dupla da Trek Latin America é bem competitiva e o Pscheidt foi muito agressivo no pelotão. No fim, mantivemos a diferença, mas não foi nada fácil. Em 2013, quando fui campeão Open com Avancini, tínhamos cerca de um minuto para os segundos colocados e dessa vez foi igual. Acordei relembrando aquele dia”, conta Sherman, que venceu três vezes (uma na Open e duas American) em quatro oportunidades.
Para Wolfgang, a alegria no rosto por ser mais uma vez campeão das Américas, após o título em 2015, com Henrique Avancini. “A melhor parte do esporte é a recompensa de ser campeão. São diversas fases na carreira, treinando e tendo altos e baixos. E, quando o resultado vem em uma competição como esta, é uma emoção sem fim e indescritível. O Sherman é muito experiente e me ajudou demais nos momentos críticos. Tenho que agradecer muito a ele”, comemorou Wolfgang.
Ladies – Na disputa entre as mulheres, o título ficou as mineiras Isabella Lacerda e Letícia Cândido. Após bater na trave duas vezes, quando conquistou a camisa azul de melhor dupla das Américas, Isabella destacou a importância da vitória. “Estou super feliz. Brasil Ride é isso, só termina quando cruza a linha de chegada no último dia. Ficamos mais de uma hora atrás da Ivonne e da Celina, depois tiramos essa diferença quase que por completo, elas deram a volta. E no fim acreditamos até o final. Poupamos o equipamento e deu certo”, destacou Isabella. “Meu primeiro título geral. Levar o troféu para casa tem gosto especial.” Finaliza.
Para mim está sendo um aprendizado muito grande. Evolui demais neste ano e quando a Isabella me convidou, só pensei o quanto ganharia de experiência. Aprendi muito com ela. A dupla foi bem harmoniosa. Ela teve problemas no segundo dia e a gente se ajudou. Na quinta etapa tive alguns problemas mecânicos e foi a vez dela me ajudar. Sentimento especial de ser campeã, quando o cansaço era mais psicológico que físico. Sonho de muitas pessoas que pude realizar”, destacou Letícia.
Tetracampeonato – Uma parceria de sucesso, que nasceu na edição de 2013 da Brasil Ride, rendeu a Bart Brentjens (HOL) e ao goiano Abraão Azevedo o quarto título da ultramaratona pedalando juntos. Além do feito, Abraão garantiu o heptacampeonato do evento e isolou-se ainda mais como o maior campeão da competição, único a vencer em todos os anos. “Muito feliz pelo resultado. Foram nove provas com o Bart e vencemos todas elas. Fico feliz de estar bem e aprendendo a cada ano com ele. Em cada prova disputada são várias lições que aprendo com ele”, contou o atleta brasileiro.
Título inédito – Após cinco anos competindo a Brasil Ride, quatro deles juntos e um separados (2015), pela primeira vez o casal italiano Annabella Stropparo e Piero Pellegrini garantiu o título da competição. Festa para eles e para a filha Victtoria, que acompanha os pais pelo terceiro ano seguido. “Uma vitória para minha família. Quando estou cansado nas provas, eu me lembro da minha filha e isso me faz mais forte”, contou Piero. “Também penso em todos os momentos na minha filha e realmente grito muito com meu marido durante as corridas, porque o sofrimento é sempre grande. Eu dizia que viria para a Brasil Ride até que conseguíssemos vencê-la. Esse momento chegou. Estou feliz demais”, vibrou Annabella.
Open
1- Fabian Rabensteiner (ITA) / Alexey Medvedev (RUS) – 2h58min25
2- Daniel Geismayr (AUT) / Jochen Kaess (ALE) – 2h58min50
3- Jiri Novak (CZE) / Hans Becking (HOL) – 2h58min59
4- Tiago Ferreira (POR) / Roel Paulissen (BEL) – 3h00min26
5- Ricardo Pscheidt (BRA) / José Montoya (CRI) – 3h08min34
Ladies
1- Isabella Lacerda (BRA) / Letícia Cândido (BRA) – 3h59min34
2- Maria Brandão (BRA) / Vanessa Lessa (BRA) – 4h40min56
3- Janet Correia (BRA) / Joana Nobrega (BRA) – 4h45min10
Mista
1- Marcelo Moser (BRA) / Ana Luisa Korc Panini (BRA) – 3h50min12
2- Piero Pellegrini (ITA) / Annabella Stropparo (ITA) – 3h50min14
3- Valmor Hausmann (BRA) / Tania Pickler (BRA) – 3h54min45
Máster
1- Bart Brentjens (HOL) /Abraao Azevedo (BRA) – 3h23min09
2- Pierre Bourquenoud (SUI) / Serge Robadey (SUI) – 3h40min47
3- Weimar Pettengill (BRA) / André Luis Pinheiro (BRA) – 3h43min54
Fonte: ZDL.com.br
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