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Brasil Ride: Hans Becking e Jiri Novak são bicampeões

  • 26/10/2015

Após 600 km, sete dias e 13 mil metros de ascensão acumulada, a ultramaratona Brasil Ride 2015 terminou neste sábado (24 de outubro) com o bicampeonato da categoria Open do holandês Hans Becking e do tcheco Jiri Novak, também vencedores de 2014, que terminaram a última etapa na terceira colocação.


Por: BikeGamazine

Após 600 km, sete dias e 13 mil metros de ascensão acumulada, a ultramaratona Brasil Ride 2015 terminou neste sábado (24 de outubro) com o bicampeonato da categoria Open do holandês Hans Becking e do tcheco Jiri Novak, também vencedores de 2014, que terminaram a última etapa na terceira colocação.  Na ladies, as brasileiras Raiza Goulão e Viviane Favery lideraram desde o primeiro dia e confirmaram o título.

Na etapa, os brasileiros Halysson Ferreira e Rafael Mesquita, o Catalão, foram mais uma vez destaques na Open, com a vitória após os 77 km da última prova, em 2h41min49. Daniel Grossi e Guilherme Saad subiram ao pódio pela primeira vez nesta edição, com a segunda colocação em 2h45min06. Entre as mulheres, Isabella Lacerda e a norte-americana Nina Baum conquistaram a segunda vitória seguida, em 3h19min39, garantindo a categoria América. Erika Gramiscelli e Letícia Cândido foram vice-campeãs do dia, completando em 3h32min40.

A dupla Becking/Novak levantou o troféu da sexta edição da Brasil Ride com o acumulado de 26h34min04, uma vantagem de 45min38 para os segundos colocados de 2015, Hugo Prado Neto e Lukas Kaufmann. “Só queríamos sobreviver sem correr riscos. O objetivo era estar o máximo de tempo no pelotão da frente e conseguimos isso. É uma ótima sensação. Ano passado ganhamos por três minutos e dessa vez com uma folga maior. Estamos muito felizes. Nós conseguimos. Temos tanto carinho e respeito do público local, é muito legal”, destacou Hans Becking. “Claro que voltarei em 2016. Por que não?”, finalizou.

Jiri Novak também comemorou o feito e parabenizou todos os competidores. “Me sinto muito bem com essa conquista, tanto por conseguir completar a prova, como por conquistar mais um título junto com o Hans Becking. A semana foi muito difícil. É louco porque essa corrida é sensacional. Todos os ciclistas que conseguem completar os sete dias são, para mim, heróis, porque é uma competição muito complicada, com estágios longos. E nesse ano estava muito quente outra vez”, avaliou Jiri.

Vice-campeões, Hugo Prado Neto e Lukas Kaufmann não esconderam a felicidade ao atingir esse feito inédito em suas carreiras. “Estou muito feliz. Participei de todas as edições e essa é a terceira vez com o Hugo. Aprendemos a nos preparar e fazer a corrida de forma certa. O resultado mostra que fizemos nosso melhor. Tem um valor muito grande para nós dois”, vibrou Lukas. “Adquirimos sabedoria suficiente para nos preparar para a Brasil Ride, por isso não temos nenhum arranhão e nem caímos nenhuma vez. Nunca fomos dados como favoritos, mas sabíamos das nossa condições. Estávamos voando abaixo do radar e deu certo”, afirmou Hugo.

A terceira colocação geral na categoria open ficou com Henrique Avancini/Wolfgang Olsen, com o tempo acumulado de 27h43min40, que levou ainda o título da american man. “Depois da primeira vez, nunca voltei de mão abanando. Dois títulos da América e um geral. Esse ano foi inesperado ganhar mais um título. O Woflgang me deu orgulho, é muito guerreiro. Sofreu três quedas, teve problemas mecânicos e não se entregou em momento nenhum. É especial para mim, principalmente pelo meu companheiro de equipe que foi merecedor desse resultado”, disse Avancini.

Raiza Goulão e Viviane Favery lideraram a Brasil Ride desde a primeira etapa. No sábado, completaram os 77 km da etapa final sem correr grandes riscos e conquistaram o título com larga vantagem no tempo acumulado. No total, a diferença para as vice-campeãs Isabela Lacerda/Nina Baum foi de 3h20min25. Uma dupla de sucesso entre duas campeãs brasileiras, de Cross Country e Maratona, que tinha como objetivo a vitória para ajudar Raiza a obter os 120 pontos da etapa nos rankings internacionais.

“Vim para a Brasil Ride devido aos pontos no ranking da UCI (União Ciclística Internacional). Vim bem leve, pensando em completar e conquistar o máximo de pontos possíveis. Devido a quantidade de provas que fiz esse ano, estava bem saturada, bem cansada”, revelou Raiza. “Mas, a cada dia, eu me divertia mais. Conseguimos a liderança com cinco vitórias consecutivas. Ajudar minha parceira foi muito legal, porque pude passar experiência de prova internacionais. Estava em um ritmo confortável pra mim, mas sempre tentando puxar a dupla”, complementou.

Já Vivi pode ajudar a companheira com sua experiência. Essa foi a terceira participação de Viviane, especialista em provas de longa distância no mountain bike. “Considero essa jornada como uma missão de vir acompanhar a Raiza. Missão de muita responsabilidade. A gente não imaginou que pudesse conquistar esse resultado. Pensava assim, se a gente ganhar uma etapa, seria muito incrível”, contou. “Estou muito emocionada. Acho que às vezes eu me subestimo. Eu trabalho, tenho uma jornada dupla, moro em São Paulo e é muito difícil coincidir os treinos, enfim, estou indo para casa muito mais forte, com uma bagagem que não se compra, conquistar tanto autoconhecimento, parceria, sete dias no seu limite”, finalizou Vivi.

Vencedoras em 2014 das categorias american woman e ladies, respectivamente, Isabella Lacerda e Nina Baum conquistaram seu segundo título da Brasil Ride, desta vez juntas para ‘conquistar a américa’. Após as vitórias nas duas últimas etapas, Nina falou sobre a responsabilidade de ajudar Isabella na busca pelos pontos para Rio 2016. “Achei que ano passado tinha sido a corrida mais difícil da minha vida, mas esse ano foi pior. Minha preparação não foi tão boa, mas ao mesmo tempo, tinha mais pressão porque eu corria com a Isabella. Ela é muito forte e queria muito os pontos para a Olimpíada. Eu não queria decepcioná-la. Fiz meu melhor, não com o físico que queria ter. Mas ela foi importante demais, me incentivou muito. Foi uma excelente experiência, uma das melhores da minha vida”, desabafou Nina.

Campeão mundial de Cross Country de 1995 e medalha de ouro na Olimpíada de Atlanta 1996, Bart Brentjens confirmou o favoritismo e conquistou o tricampeonato da categoria máster, ao lado de Abraão Azevedo. “É uma ótima sensação ganhar. Brasil Ride é uma prova longa e uma das mais difíceis. O Abraão foi ótimo e nessa temporada fomos muito fortes, sempre entre os melhores da open. Trabalhamos forte para isso e estou feliz também pelo Hans e Jiri, dois atletas da minha equipe Superior-Brentjens Mountain Bike Racing Team”, contou o holandês Bart.

Com o título conquistado ao lado Bart Brentjens, Abraão Azevedo colocou mais uma vez seu nome na história da Brasil Ride. Desta vez, ele se isola como o maior campeão de todos os tempos. Um título em cada edição entre 2010 e 2015. “Estou bem feliz de ter conseguido essa vitória. Duas vezes com o Paulete, uma com o Plínio e mais duas com o Bart. É uma festa linda do mountain bike brasileiro, sempre com a presença de brasileiros. Cada edição é uma oportunidade boa para evolução do nosso esporte no País”, declarou Abraão.

O alemão Simon Gegenheimer e a suíça Nathalie Schneitter quebraram uma escrita de quatro anos na Brasil Ride. A dupla tirou de Ivonne Kraft, da Alemanha, a chance de conquistar seu sexto título consecutivo na principal ultramaratona de MTB das Américas. E o título veio com total hegemonia: Simon e Nathalie venceram as sete etapas da competição. “Eu sabia o que me esperava aqui, mas cada vez que viajamos para cá estamos melhor preparados para enfrentar esse desafio. Foi muito bom competir com a Nathalie. Ela é muito forte e técnica, o que significou, para mim, poder acelerar nas partes planas e no resto não me preocupar. Foi muito bom”, comentou Simon.

“A Brasil Ride foi muito difícil. Tive um super time de trabalho ao meu lado durante a competição. Estou muito feliz, mas também ainda mais por ter completado”, avaliou Nathalie. O bom resultado com Simon deu à suíça o melhor tempo entre todas mulheres inscritas. “Há outras ótimas mulheres na competição, muito habilidosas. Fui a melhor mulher em 5 ou 6 estágios, o que mostra que meu físico está muito bom. Isso me dá confiança, mas sei que é diferente competir com uma mulher do que com um homem. Em algumas oportunidades, eu ia no vácuo do Simon, o que me ajudou a obter esse excelente resultado”, concluiu.

Nas categorias grand master, nelore e corporativa, os líderes da Brasil Ride antes da etapa final fizeram bem o papel de administrar a vantagem e ganharam o título da sexta edição. Na grand máster, a vitória foi de Heleno Caetano Borges e Paulo Felipe Vasconcelos, com o acumulado de 35h30min32. Na nelore, o primeiro lugar ficou com Claudio Van Damme e Marcelo De Oliveira, em 40h00min02, e na corporativa Ricardo, Mauricio e Luiz foram os vencedores, em 37h19min18.

Classificação da sétima etapa – Open
1- Halysson H. Ferreira/Rafael Mesquita – Focus Team – 2h41min49
2- Daniel Grossi/Guilherme Saad – Groove Bikes – 2h45min06
3- Hans Becking/Jiri Novak – Superior-Brentjens – 2h45min28

Classificação da sétima etapa – Ladies
1- Isabela Lacerda/Nina Baum (EUA) – LM/Shimano – 3h19min39
2- Erika Gramiscelli/Leticia Candido – CBC/Caixa – 3h32min40
3- Raiza Goulao Henrique/Viviane Favery – Specialized Women Brasil – 3h40min56

 

Classificação final da Brasil Ride

Open
1-Hans Becking (HOL) /Jiri Novak ((CHE) – Superior-Brentjens – 26h34min04
2-Hugo Prado Neto/Lukas Kaufmann (SUI) – Oce Cannondale – 27h19min43
3-Henrique Avancini/Wolfgang Soares Olsen – Cannondale/Ava Project – 27h43min40

Ladies
1-Raiza Goulao Henrique/Viviane Favery – Specialized Women Brasil – 34h44min06
2-Isabela Lacerda/Nina Baum (EUA) – LM/Shimano – 38h04min31
3-Erika Gramiscelli/Leticia Candido – CBC/Caixa – 41h37min59

Mixed 
1-Simon Gegenheimer (ALE)/Nathalie Schneitter (SUI) – Team Rosevaujany – 33h06min27
2-Felipe Moletta/Sabrina Gobbo – Trek Factory Racing Team – 34h22min11
3-Alan Pedreira/Ivonne Kraft – Niner Bikes Brasil 1 – 35h54min09

Máster 
1-Bart Brentjens (HOL) /Abraão Azevedo – Brentjens MTB Racing Team – 28h19min28
2-Uros Breski (SLO) (/Cristian Poberai (ITA) – Sportful Djak -31h26min11
3-Piero Pellegrini (ITA) / Luisetti Marco (ITA) – Team Hersh Amici Di Annabella – 31h39min32

Grand máster
1-Heleno Borges/Paulo Vasconcelos -Team Konsk/Ciclorace – 35:30:32
2-Dorivaldo de Abreu/Denio Franco – Tia Sonia – 36:08:14
3-Emanuel Pires/Antonio Monteiro – Proteik Mundimat Goldnutrition – 40:00:48

Nelore
1-Claudio Van Damme/Marcelo De Oliveira – Pro Corrida – 40h00min02
2-Fabio Yukio Hossaki/Gerson Muhlbauer Junior – Dupla De Peso – 40h39min12
3-Fernando Paciello Vieira/Andre Aguiar – Cpv/Cotr – 48h17min11

Corporativa
1-Ricardo /Mauricio/Luiz – Pelotao Perdidas – 37h19min18
2-Alex /Antonio/Hugo – Piata Brasil Ride – 38h13min07
3-Francisco/Andre/Paulo – Dinani – 38h20min52

American Man 
1-Henrique Avancini/Wolfgang Soares Olsen – Cannondale/Ava Project – 27h43min40
1-Daniel Grossi/Guilherme Saad – Groove Bikes – 28h01min43
3-Jose Alfredo Montoya (CRI) /Deiber Esquivel (CRI) – Los Ticos – 28h29min23

American Woman 
1-Isabela Lacerda/Nina Baum – LM Shimano – 38h04min31
2-Erika Gramiscelli/Leticia Candido – CBC/Caixa – 41h37min59
3-Joana Nobrega/Janet Correia – As Pequenas – 45h44min10

 

AS ETAPAS
1ª Etapa: 18 de outubro
Hugo Prado Neto e Lukas Kaufmann vencem prólogo

2ª Etapa: 19 de outubro – 6h
Dupla da Áustria vence etapa rainha e lidera

3ª Etapa: 20 de outubro – 10h
Avancini domina e vence etapa de cross country

4ª Etapa: 21 de outubro – 8h
Austríacos vencem pela 2ª vez; brasileiras batem recorde

5ª Etapa: 22 de outubro – 7h
Jiri Novak e Hans Becking vencem 5ª etapa

6ª Etapa: 23 de outubro – 6h
Em reviravolta, Becking e Novak são os novos líderes

7ª Etapa: 24 de outubro – 9h
72,1 km em Mucugê – final

 

Resultados completos no site do evento

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