Segundo levantamento feito pela associação Ciclocidade, apenas 6% das mulheres andam de bicicleta.
Até na mobilidade o recorte de gênero é pouco discutido e mesmo assim, as informações encontradas apontam a diferença entre o número de homens e mulheres que pedalam por São Paulo: segundo levantamento feito pela associação Ciclocidade, apenas 6% das mulheres andam de bicicleta.
Para entender essa e outras questões, em 2015 foi criado um Grupo de Trabalho de Gênero na associação. A pesquisa "Mobilidade por bicicleta e os desafios das mulheres de São Paulo" foi coordenada pela Letícia Lemos, Marina Harkot e Priscila Costa.
Junto a uma equipe, elas entrevistaram 334 mulheres, sendo 128 ciclistas e 206 não ciclistas, em todas as 32 subprefeituras do município entre 27 de junho e 15 de julho de 2016. A meta foi traçar o perfil e principais desafios que elas enfrentam ao usar o modal como meio de transporte na cidade.
Dos problemas listados, foi constatado que 27% das mulheres têm medo de compartilhar a via com carros pela falta de respeito no trânsito, 26% considera o risco de ter colisões, quedas ou atropelamentos e 14% pensa no risco de assalto. O mesmo percentual reclamou da falta de infraestrutura da cidade.
A pesquisa também constatou que 52% das ciclistas afirmaram ter carro, mas optam pela bicicleta como meio de transporte. Os principais destinos delas são trabalho (28%), supermercado (23%) e lazer (23%). Além disso, 28% das ciclistas pedalam todos os dias e 23% usam a bicicleta cinco dias por semana.
Quem mais pedala e usa a bicicleta mais vezes por semana possui renda mais baixa. Ao Vá de Bike, Marina Harkot disse que "isso acontece por falta de alternativa, já que a bicicleta é o meio de transporte sem custo que resta como opção para elas".
Dessas ciclistas, 22% das entrevistadas disseram que o benefício do modal é por ser um meio de locomoção mais rápido, 20% disse que é mais saudável, outras 17% considera mais econômico, seguidas de 12% que acham mais prático e 11% prazeroso.
Mas 21% das mulheres não usam bicicleta por conta das possíveis colisões, quedas e atropelamentos que consideram um risco, 19% têm medo do trânsito ou de compartilhar a via, 15% falaram no risco de assaltos, 8% da falta de infraestrutura cicloviária e 5% disseram que não usam por causa dos assédios.
Por Catraca Livre
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