Não há idade certa para o ciclismo, a bicicleta é adequada para todas as faixas etárias, das criancinhas aos idosos. Um desses veteranos que pedalam por aí é Jorge Cordero, que montou sua primeira bike tardiamente, mas hoje está com 73 anos mais firme do que nunca em cima da sua magrela.
Por: Mobikers.com.br
Não há idade certa para o ciclismo, a bicicleta é adequada para todas as faixas etárias, das criancinhas aos idosos. Um desses veteranos que pedalam por aí é Jorge Cordero, que montou sua primeira bike tardiamente, mas hoje está com 73 anos mais firme do que nunca em cima da sua magrela. Com experiência para contar sobre como é seguir sendo um ciclista mesmo em uma idade que muitos já consideram impossível, Cordero levantou sete pontos que o motivam para continuar com sua paixão pelo resto da vida.
“Pouco antes de completar meus 60 anos eu montei minha primeira bicicleta. Pensando em matar meu tempo livre e sem conhecer o ambiente ciclístico, era só para dar umas voltas de não mais do que 5 km. De forma gradual e imperceptível meus percursos foram crescendo pouco a pouco e um dia completei 10 km. Hoje pedalo em média 200 km por semana em passeios no campo e na cidade. Sou uma “vítima” da picada do bichinho do ciclismo e não posso e nem quero tirar isso de mim”, comentou o espanhol.
7 razões para seguir pedalando:
1. Ver e olhar não são sinônimos
Descobri que na bicicleta eu poderia olhar e descobrir coisas novas nos mesmo lugares que eu havia passado muitas vezes. Cada vez que saia para pedalar voltava para minha casa satisfeito por ter feito algo novo: maior distância percorrida, um novo caminho, subir um morro, conhecer alguém, tirar uma foto bonita e etc.
2. Um passo requer que você dê o outro
Descobri que a frase “Se eu cheguei aqui, na próxima eu tentarei chegar lá” é inevitável no ciclismo. E chegou um dia em que, pensando no que havia feito, percebi que tinha avançado bastante e conhecido muito do meu entorno.
3. Para desfrutar não é necessário ter bicicletas caras
Nos meus cinco primeiros anos pedalando fui aprendendo as peculiaridades das bicicletas e então percebi que a minha era grande demais para o meu tamanho, que devia tomar bebidas isotônicas, fazer alongamentos, que os componentes Shimano eram obrigatórios para todo ciclista que se respeite, que devia usar pedais clipados, óculos especiais e etc. Como eu estava longe do mundo do ciclismo! No entanto, apesar da minha ignorância, desfrutei plenamente dos meus passeios.
Com o tempo eu me juntei a um grupo de ciclismo. Primeiro eles ficaram me olhando. Depois acharam que uma hora ou outra eu teria um infarto. Quando viram minha bicicleta fizeram caretas e perguntaram se ela ainda funcionava. (Funcionou, e muito bem, por vários anos ainda.) Com eles eu conheci as marcas e componentes da moda que todo o ciclista “deveria” ter ou, pelo menos, desejar.
4. Estar entre jovens te leva a pensar como eles
Comecei a pensar como eles, com suas expectativas, seus problemas e sobre todos seus planos e sonhos de se destacarem em seus ambientes. Acho que saí ganhando pois o tema mais comum entre os mais velhos são os problemas de saúde. Falar de rotas e habilidades é muito mais positivo do que de dores.
Nada como compartilhar histórias, “façanhas” de amigos, competir uns com os outros, ouvir todas as explicações imagináveis para justificar os atrasos, aprender o vocabulário dos ciclistas, as experiências dos outros. Tudo isso me abriu os olhos para esse mundo emocionante em um ambiente de camaradagem e bom humor. A idade média do grupo era de 40 anos. Eu havia completado 68, então tinha que me esforçar mais para não ficar muito para trás e alcançar as metas estipuladas.
5. Pedalar não machuca os joelhos
Pelo contrário, minha resistência e condição física melhoraram, mesmo ficando cada vez mais velho e fazendo mais esforço. Meus check-ups médicos indicam que estou bastante saudável. O único problema é que meu peso baixou e minhas roupas agora estão largas.
6. Os benefícios do ciclismo para a saúde
Os benefícios da bicicleta são verdadeiros e não meramente propagandas dissimuladas. Não vou repetir a grande lista de benefícios à saúde, mas não posso deixar de comentar que hoje não tenho problemas de saúde que me impeçam de seguir andando de bike. Entretanto, eu tenho que reconhecer que existem os acidentes e todos estão expostos, do iniciante ao experiente.
Dizem que existem dois tipos de ciclistas: os que já caíram e os que ainda vão cair. E na terceira idade isso pode significar a possibilidade de ter o passeio interrompido. Portanto, não resta opção senão tomar cuidado com os ossos e isso nos limita a correr risco desnecessários e nos obriga a prestar mais atenção no percurso.
Comecei a pensar como eles, com suas expectativas, seus problemas e sobre todos seus planos e sonhos de se destacarem em seus ambientes. Acho que saí ganhando pois o tema mais comum entre os mais velhos são os problemas de saúde. Falar de rotas e habilidades é muito mais positivo do que de dores.
Nada como compartilhar histórias, “façanhas” de amigos, competir uns com os outros, ouvir todas as explicações imagináveis para justificar os atrasos, aprender o vocabulário dos ciclistas, as experiências dos outros. Tudo isso me abriu os olhos para esse mundo emocionante em um ambiente de camaradagem e bom humor. A idade média do grupo era de 40 anos. Eu havia completado 68, então tinha que me esforçar mais para não ficar muito para trás e alcançar as metas estipuladas.
7. A bicicleta ajuda a aliviar o estresse
Eu deixei para o final o aspecto que considero mais importante. Descobri que um ciclista na terceira idade tem na bicicleta o melhor recurso para aliviar o estresse. Nós avós temos o péssimo costume de nos preocuparmos com tudo por nada, com nossas famílias e tudo que nos rodeia. Acredito que nossas mentes trabalham elocubrando ideias. Nos angustiamos e sofremos por situações que na maioria das vezes são somente produtos de nossas fantasias ou que não podemos fazer nada para solucionar. Temos também um sentimento de solidão e abandono que nos faz infelizes e isso é uma carga psicológica que nos leva a depressão.
Encontrei na bicicleta um recurso muito útil para reduzir as pressões e tensões da cabeça. Pedalar nesses casos requer foco em tudo a nossa volta (pessoas, trânsito, ruídos, etc) e superar nossas preocupações. Em primeiro lugar, pedalar por uma hora ou mais em um bom ritmo te cansará, deixará agitato e transpirando, mas menos tenso. Em segundo lugar, será forçado a deixar as preocupações de lado e a pensar em si ao invés de pensar na sorte ou nos outros.
Resumindo, todas essas pequenas coisas te ajudam a se sentir melhor física, mental e emocionalmente, e a qualquer momento, sozinho ou com amigos. Creio eu que esse é o maior benefício que nós da terceira idade podemos ter do ciclismo.
(Traduzido e adaptado do texto original de Jorge Cordero publicado no La Bicikleta)
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