Artigo

Água ou isotônico? Não faça a escolha errada!

• 28/05/2015

Não é novidade assistir uma propaganda com atletas promovendo bebidas esportivas (isotônicos), como sendo uma fonte saudável de hidratação, além de ajudar na melhora de performance, mas será que elas realmente são melhores do que simplesmente beber água? Uma reportagem publicada pelo The Guardian revela estudos que questionam a eficácia desse tipo de bebida.

Não é novidade assistir uma propaganda com atletas promovendo bebidas esportivas (isotônicos), como sendo uma fonte saudável de hidratação, além de ajudar na melhora de performance, mas será que elas realmente são melhores do que simplesmente beber água? Uma reportagem publicada pelo The Guardian revela estudos que questionam a eficácia desse tipo de bebida.

Quando foi que a água deixou de ser a melhor fonte para saciar a sede? Ela é barata, não possui calorias e contribui para a ingestão de energia e nutrientes essenciais para nosso corpo, além de inúmeros efeitos positivos para a saúde.

As bebidas esportivas são chamativas, possuem cores vivas, diversos sabores, contém carboidratos, minerais, eletrólitos e vitaminas e são promovidas em grandes eventos esportivos e por personalidades do esporte, mas afinal, será que elas realmente melhoram seu desempenho esportivo?

O Journal of Medical Ethics, da Austrália, publicou um estudo no qual argumenta que “o patrocínio poderia induzir o público a pensar que estes produtos funcionam bem e/ou são bons para a saúde – para os quais não há nenhuma evidência científica forte”.

Um anúncio feito pelo isotônico Lucozade Sport que dizia “hidrata você e te dá mais ‘combustível’ do que a água”, foi proibido de ser vinculado pelo órgão que regulamenta as propagandas do Reino Unido, por considerá-la enganosa. Enquanto isso, revistas pediátricas alertam que a acidez das bebidas esportivas corrói o esmalte dos dentes e estimula a obesidade – uma garrafa de 500ml de Lucozade Esporte contém 17,5 g de açúcar (uma colher de chá tem 4g).

A equipe de pesquisa de Carl Heneghan, do Oxford’s Centre for Evidence-Based Medicine, analisou 1.035 sites da internet e encontraram 431 justificativas entre 104 produtos diferentes (bebidas esportivas, suplementos e vestuário) para melhorar o desempenho esportivo. Dentre todos os motivos apresentados foram encontrados apenas três estudos de um total de 146 que podem ser considerados estudos de alta qualidade e com baixo risco de erros. A equipe concluiu então que não havia provas suficientes para os benefícios de saúde em qualquer uma das justificativas apresentadas. Enquanto isso, uma investigação sobre as bebidas esportivas feita pelo BMJ há dois anos, concluiu que as pessoas que evitaram bebidas esportivas poderiam emagrecer e também correr mais rápido.

A solução

Os isotônicos não oferecem nenhum benefício quando comparado com a água se você está se exercitando durante 90 minutos ou menos. A água vai hidratá-lo muito bem, sem a adição de açúcar. Enquanto a desidratação é um risco durante exercícios longos, de resistência, o mecanismo de combate sede do nosso organismo pode ser confiável para impedi-la. Um estudo feito com ciclistas de contra relógio mostrou que tomar água quando o corpo sinaliza que está com sede, produz um desempenho melhor do beber água em excesso ou menos que o necessário.

Embora seja claro que os atletas amadores não precisam de bebidas esportivas, não é possível afirmar que elas são essenciais mesmo para os profissionais. Um artigo no jornal Sports Medicine de 2013 tratou que, embora muitas diretrizes tenham sido criadas pelos especialistas, não há muita evidência de como eles foram usados ​​no mundo real. Os poucos estudos que existem possuem variações consideráveis e as revistas muitas vezes não publicam estudos negativos – aqueles que não mostram um benefício – porque os consideram chatos. Então, até que haja provas reais dos benefícios, você não precisa se sentir menos atleta por não estar segurando um isotônico em sua mão.

Por: Map of Sports