Na cidade dinamarquesa de Odense, com 190 mil habitantes, quatro entre cinco crianças vão para a escola a pé, de bicicleta ou skate.
Na cidade dinamarquesa de Odense, com 190 mil habitantes, quatro entre cinco crianças vão para a escola a pé, de bicicleta ou skate. Em alguns colégios é até mesmo proibido estacionar carro na entrada. “Não é seguro para as centenas de crianças que chegam a pé ou de bicicleta”, explica Lars Christian Eriksen, diretor de uma escola local, para o Washington Post. “Os policiais dão multa para os pais que insistem em fazer isso”, conclui.
A estatística é favorável – significa que quatro em cada cinco crianças se exercitam no dia a dia -, mas não se reflete em toda a Dinamarca. Pelo contrário: apesar do uso da bicicleta ser altamente incentivado no país, nos últimos 30 anos, o número de crianças que vão de carro para a escola subiu 200%.
O governo de Odense não quer ver esses números se refletirem em seu município e, por isso, investe em mobilidade urbana. Segundo a responsável de trânsito da cidade, Connie Juel Clausen, há 545 quilômetros de ciclovia e 1000 quilômetros de ruas na cidade.
E mais: quando os pequenos ciclistas chegam em uma intersecção de ruas maiores, eles podem seguir caminho tranquilamente por meio de túneis ou pontes onde a passagem de carros é proibida. “Acreditamos que semáforos não são tão seguros para crianças”, explica Connie.
A filha dela começou a ir sozinha para a escola de bicicleta quando tinha seis anos de idade — não muito diferente da média local. “Claro que depende da responsabilidade e conhecimento de cada criança”, confessa, “mas a maioria das escolas têm esquema inteligente que torna a viagem muito segura”.
Antes de entrar na escola fundamental, durante a educação infantil, crianças são ensinadas a andar de bicicleta, ainda dentro do pátio. Além disso, a cidade criou um programa de Cycle Happy School (ou Pedale Feliz para a Escola, em tradução livre) para ensinar as crianças como se comportar no trânsito.
Outro incentivo é o programa CycleScore, que utiliza um aparelho eletrônico para dar um bilhete todas as vezes que o estudante utiliza a bike para ir a escola e concorrer a camisetas ou acessórios para ciclistas. Desde que a iniciativa foi implantada, em 2014, houve um aumento de 28% no uso do meio de transporte.
A maior parte dos adultos também utilizam a bicicleta para trabalhar e sair. Mesmo assim, a cidade quer aumentar ainda mais o índice de ciclistas em suas ruas. Como a quantidade de ciclovias já dá conta do recado, o foco agora é criar estacionamento de bicicleta e tornar o meio de transporte cada vez mais conveniente para as pessoas. Partiu, Odense?
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