Criado por pessoas que desejavam um local para caminhar, refletir e, claro, se preparar para outras peregrinações, o Caminho do Sol foi inaugurado em 2002 no interior de São Paulo.
Criado por pessoas que desejavam um local para caminhar, refletir e, claro, se preparar para outras peregrinações, o Caminho do Sol foi inaugurado em 2002 no interior de São Paulo. Segundo um dos seus fundadores, José Palma, de 65 anos, a caminhada inaugural saiu do município de Santana de Parnaíba no dia 15 de julho e chegou à cidade de Águas de São Pedro no dia 25 de julho, aniversário da cidade e dia consagrado ao Apóstolo São Tiago.
Inicialmente, o trajeto do Caminho do Sol contava com 240 km, percorridos em cerca de 10 dias pelos andarilhos. Porém não atraiu apenas caminhantes, mas também ciclistas, chamados carinhosamente por Palma de bicicrinos. Com isso, o percurso ganhou roteiros com diferentes quilometragens, que podem ser feitos em três, quatro ou até mesmo cinco dias. “Também é possível programar um roteiro customizado a partir de 3 dias”, conta o fundador.
O Caminho do Sol passa por 12 cidade de São Paulo: Santana do Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Cabreúva, Itú, Salto, Indaiatuba, Elias Fausto, Capivari, Mombuca, Saltinho, Piracicaba e Águas de São Pedro. “Qualquer pessoa que esteja habituada com a bicicleta pode fazer o percurso. Para os marinheiros de primeira viagem indicamos ir com uma equipe especializada, que pode ajudar no suporte com alimentação e na parte mecânica, mas quem tem experiência também pode fazer o roteiro sozinho”, explica Alemão Roberto de Mello, 48 anos, conselheiro do Caminho do Sol e proprietário da agência de cicloturismo GOBiking! Expeditions.
Para Alemão, o Caminho do Sol é um excelente ponto de partida para iniciantes no cicloturismo e para quem quer se preparar para percursos mais audaciosos, como o Caminho de Santiago, na Espanha, e o Caminho da Fé, em Minas Gerais. “Nos roteiros de 3 a 4 dias você realmente aprende a estar atento aos detalhes e a se divertir com a sua bicicleta no seu tempo”.
Rogério Soares, 39 anos, fez sua primeira viagem de bike no Caminho do Sol em 2009. “Eu pedalava apenas na cidade, nunca tinha feito uma trilha antes. Mas queria experimentar algo novo de bike, tentar me desligar do mundo por algum tempo, foi então que decidi fazer os 240 km em 3 dias, média de 80Km dia, mas tinha dúvidas se conseguiria”, conta ele, que não só conseguiu, como hoje já acumula seis viagens pelo caminho. “Cada vez é uma experiência”, salienta.
O percurso, em sua maior parte, é plano e passa por estradas de terra, mas há alguns trechos de subida e também asfalto. Em relação às dificuldades no trajeto, Alemão diz que elas aparecerem em dias diferentes para cada bicicrino, mas que é geralmente no segundo dia que o cansaço começa a pesar. “No primeiro dia está todo mundo animado, mas no segundo dia se sente mais as pernas”, explica. Rogério concorda: “no segundo dia senti muito calor e cansaço, com subidas e mais subidas. Mas junto do grupo, mesmo cansado, o pedal se tornava leve. Cada componente do grupo já sentia uma dor aqui outra ali, outro um pouco mais de desgaste, mas ninguém queria parar. Não era competição, mas sim vontade de se superar”, explica o ciclista, acrescentando que a força era renovada a cada nova paisagem, assim como nas várias paradas para o grupo se alimentar e hidratar.
Como fazer?
Além do pré-requisito de assistir uma palestra de orientação, José Palma indica aos bicicrinos com dúvidas técnicas e logísticas que conversem com o conselheiro Alemão, que poderá detalhar os graus de dificuldade e características do percurso. Há um kit inscrição, no valor de R$ 155,80, que é composto pelo Passaporte do Sol, gargantilha de identificação, porta passaporte protetor, guia impresso – com descritivo e planialtimétrico de cada trecho e seguro assistência médica durante os dias de pedal – Apólice Porto Seguro.
Isso porque, diferentemente de qualquer outro, o Caminho do Sol cruza propriedades particulares em quase sua totalidade, de modo que existem algumas normas e restrições impostas. “Chegar na véspera de começar o pedal para receber o kit peregrino, repassar informações e participar de uma gostosa pizza de confraternização”, comenta Palma, que também alerta: “Uma vez escolhida a rota, o bicigrino não pode alterá-la durante o percurso, pois somente as pousadas reservadas estarão aguardando por eles. As demais estarão fechadas”, explica. As informação sobre pousadas e diárias podem ser consultadas no próprio site do Caminho do Sol.
Roteiros
As partidas para os ciclistas são livres, de modo que é só escolher a data, o roteiro e colocar a magrela na estrada. Confira abaixo as opções de rotas:
Rota Laranja / 5 dias
1° dia – 38 km – Santana de Parnaíba / Cabreúva
2° dia – 24 km – Cabreúva / Elias Fausto
3° dia – 24 km – Elias Fausto / Mombuca
4° dia – 28 km – Mombuca / Monte Branco
5° dia – 48 km – Monte Branco / Águas de São Pedro
Rota Azul / 4 dias
1° dia – 62 km – Santana de Parnaíba / Haras do Mosteiro
2° dia – 83 km – Haras do Mosteiro/ Mombuca
3° dia – 48 km – Mombuca / Monte Branco
4° dia – 48 km – Monte Branco / Águas de São Pedro
Rota Verde / 4 dias
1° dia – 62 km – Santana de Parnaíba / Haras do Mosteiro
2° dia – 63 km – Haras do Mosteiro / Fazenda Milhã
3° dia – 64 km – Fazenda Milhã / Monte Branco
4° dia – 48 km – Monte Branco / Águas de São Pedro
Rota Vermelha / 3 dias
1° dia – 62 km – Santana de Parnaíba / Haras do Mosteiro
2° dia – 83 km – Haras do Mosteiro/ Mombuca
3° dia – 96 km – Mombuca / Águas de São Pedro
Escrita por Patrícia Larsen
Site: Ativo.com
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