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Ciclistas do DF querem alcançar 140 km/h e estabelecer recorde mundial

• 14/06/2016

Um dos atletas é deficiente visual; bicicleta foi adaptada para ter velocidade.<br /> Desafio é protesto por coexistência pacífica entre motoristas e ciclistas

Por: G1.com

Em uma bicicleta de dois lugares, conhecida como tandem, uma dupla de ciclistas de Brasília pretende firmar um novo recorde mundial atingindo uma velocidade de até 140 km/h neste sábado (17). Juntos, os atletas Weimar Pettengill e Adauto Belli – que é deficiente visual – pretendem chamar a atenção de motoristas por espaço no trânsito ao mostrar que “bikes também conseguem imprimir velocidade”.

Segundo Pettengill, a bicicleta foi adaptada para alcançar a maior velocidade possível: em vez dos 54 dentes habituais, a coroa por onde a corrente passa tem 61 dentes nesse modelo especial. Os dois vão começar a pedalar próximo aos condomínios do Lago Sul até a Ponte JK. Na descida, eles pegarão impulso atrás de um carro elétrico.

“Nunca ninguém fez isso. No recorde de descida de vulcão, o ciclista atingiu 175 km/h. Só que a pessoa bicicleta partiu e a pessoa se machucou. Agora fica aquela questão de que tudo pode acontecer”, contou o atleta, que também pilota helicópteros e é servidor do Tribunal de Justiça do DF.

Ele relatou sentir um misto de animação, ansiedade e indefinição. “Fica aquela questão de que tudo pode acontecer. Estamos com o departamento de física da UnB [Universidade de Brasília] nos dando força, pensando no arrasto, vendo se devemos priorizar velocidade ou segurança”, detalhou.

“Queremos mostrar que lugar de atleta é na rua. A bicicleta de um atleta tem velocidade compatível com a rua. Queremos que o motorista entenda que o ciclista não está competindo com ele. Então é só deixar a gente passar”, continuou Pettengill. O atleta citou o caso de um motorista de ônibus que jogou o veículo contra ele e o xingou depois de ter reclamado.

Sete anos de amizade
Os dois ciclistas se conhecem desde 2009, quando pedalaram 1,6 mil quilômetros em uma viagem de Brasília até Paraty. Depois disso, já correram maratonas e se aventuraram com “moutain bike” em trilhas pelo país.

A deficiência visual de Adauto Belli não é um entrave. “É uma vantagem porque ele não interfere na minha tomada de decisões. Então ele confia em mim e tem sensibilidade de prestar atenção nos detalhes. Não preciso dizer que vou mudar a marcha porque ele já sente”, contou sobre o colega, que pratica ciclismo desde 2007.

Nas bicicletas tandem, só o piloto dianteiro tem controle da direção e do freio. “Só preciso alertar quando tem uma pedra ou um galho perto da cabeça”, brincou. “A sincronia é maravilhosa. Ele tem uma consciência corporal inacreditável.”