Turistas e moradores ficaram indignados com a interrupção da faixa dedicada às bikes
Com boa parte da população gaúcha se deslocando para o Litoral, os municípios sofrem para manter a ordem em meio a tanta gente. Além do lixo deixado nas praias logo após o Réveillon, há diversos outros exemplos de falta de senso coletivo dos veranistas, como carros estacionados em locais completamente inadequados e som muito além do limite tolerável.
Em Torres, durante o último dia de 2015 e o primeiro deste ano, a ciclovia da Prainha foi tomada por carros estacionados. Uma foto publicada nas redes sociais registrando as infrações teve centenas de compartilhamentos durante o final de semana. Os motoristas mal-educados também tomaram conta de canteiros e outros espaços proibidos ao redor da cidade.
Ontem pela manhã, policiais militares rondavam a ciclovia para manter a ordem e evitar abusos. Não havia mais carros estacionados na área demarcada para bicicletas, mas dois caminhões permaneciam bloqueando o espaço. Os veículos eram da equipe responsável pela montagem e desmontagem da estrutura da festa de Ano-Novo, que levou centenas à orla no Réveillon.
— A prefeitura quer fazer publicidade da nova ciclovia, mas precisa mantê-la como uma ciclovia. Policiais passam por aqui o tempo todo e não fazem nada com esses caminhões — indignou-se David Marcos Zamboni, 44 anos, professor de música da rede municipal de Flores da Cunha que pedalava ontem pela região.
Secretária de Turismo diz que falta estrutura
O administrador Daniel Gerlack, 32 anos, cujos pais moram em Torres, também pedalava na manhã de ontem na área da Praia Grande. Não gostou de rever os caminhões sobre a ciclovia e parte da pista dos carros. Mas vê a situação de forma mais ampla.
— Temos esse problema na ciclovia, mas não é só isso.
O desrespeito é geral. Há muita sujeira, carros estacionados em canteiros, pessoas que não deixam as outras passarem nas faixas de segurança. A cidade não tem infraestrutura para tanta gente — reclamou.
A secretária de Turismo de Torres, Vivian Pereira Rocha, também diz que a cidade não tem estrutura suficiente para tanta aglomeração. A estimativa da prefeitura é de que 350 mil a 400 mil pessoas tenham passado pelo município durante o feriado de Ano-Novo.
— É uma falta de educação.
A gente conta com o respeito das pessoas e o apoio da Brigada Militar para evitar esses transtornos, especificamente no caso da ciclovia. Mas não adianta contar com o respeito das pessoas, elas ficam muito enlouquecidas querendo estacionar os seus veículos — lamenta a secretária.
Sobre os caminhões, autorizados pela prefeitura a ficarem sobre a ciclovia, ela afirma que essa foi uma decisão que buscou causar o menor impacto para os veranistas. A montagem das estruturas usadas no Réveillon teria terminado em 31 de dezembro e, logo na manhã de 1º de janeiro, já teriam começado as desmontagens. Por isso, os caminhões teriam permanecido interrompendo o espaço dedicado aos ciclistas.
— Entre interromper o trânsito (na pista de carros) e fechar a ciclovia, a gente optou por deixar o trânsito aberto e tentar garantir que as estruturas sejam retiradas o mais breve possível, ajudando na limpeza da praia — explica Vivian.
Compartilhe
Curta nossa Fan Page
A Aliança Bike compilou o novo Boletim Técnico da indústria de bicicleta e componentes no... veja +
Há quem diga que ciclista faz pedal longo só para tomar cerveja no final. E faz todo senti... veja +
Conversamos com a organização do evento e contamos tudo o que está sendo feito na cidade p... veja +
Com consultoria do bicampeão Henrique Avancini, a organização já está finalizando as obras... veja +