Daniel Geismayr / Hermann Pernsteneir abre vantagem de 11 minutos sobre Lukas Kaufmann/Hugo Prado Neto, segunda colocada nesta terça-feira, na Chapada Diamantina, na Bahia
Por Site Brasil Ride
Rio de Contas (BA) - O forte calor de mais de 30 graus foi apenas um dos obstáculos que os austríacos Daniel Geismayr e Hermann Pernsteneir superaram na manhã desta segunda-feira (19) para vencer a etapa mais longa da sexta edição da Brasil Ride, entre Mucugê e Rio de Contas. Eles completaram o percurso de 147 km em 6h23min48, assumindo a liderança geral da maior ultramaratona de Mountain Bike das Amérias, que está reunindo 500 bikers de 23 países na região da Chapada Diamantina, na Bahia. Os vencedores do prólogo, o suíço radicado em Belo Horizonte Lukas Kaufmann e Hugo Prado Neto chegaram em segundo e agora tem desvantagem de 10min58 para os líderes. Os campeões do ano passado, Hans Becking (BEL) e Jiri Novak (CZE), completaram o pódio e estão a 18min22 dos austríacos.
Daniel Geismayr confessou que sentiu o calor, mas comemorou o sucesso da tática de pedalar forte desde a largada. "Iniciamos imprimindo um ritmo forte e decidimos atacar após o km 25. Estamos muito felizes com a vitória. O calor estava inacreditável. Você precisa se hidratar o tempo todo e no final eu havia tomado tanta água que nem conseguia beber mais. Realmente foi uma prova muito difícil e o Vietnã é mesmo duro, porque você não consegue ser rápido e há trechos em que é preciso empurrar a bike. Mas tudo isso valeu pelo resultado", afirmou o austríaco.
Vencedor do prólogo, ao lado de Lukas Kaufmann, Hugo Prado Neto lembra que nada está definido e promete garra para brigar pelo título. "Etapa muito dura. Fizemos uma corrida tática para não se desgastar tanto. Acredito que a competição será decidida a partir da quarta etapa. Conhecemos os austríacos e sabemos que são os melhores do mundo, mas, na minha opinião, eles abriram muito cedo e forçaram demais. Isso pode ter gastado energia deles, que faltará mais para frente. Estou feliz pelo segundo lugar. O retrospecto diz que a maioria dos campeões não foi bem nesta etapa. No ano passado, os atuais vencedores da Brasil Ride passaram mal na segunda etapa e venceram no final. Vamos manter nossa estratégia e procurar crescer dentro da prova", avaliou.
Apesar de ter sofrido com o desgaste físico, Hans Becking considerou o terceiro lugar um bom resultado. "Foi como no ano passado, muito difícil e quente. No início fomos indo tranquilos, mas no final do Vietnã senti como se meu corpo estivesse vazio, sem energia. Com isso, tive um momento em que pedalei realmente lento. Foi um momento muito ruim na prova, mas conseguimos seguir em frente e chegar em terceiro lugar lugar. Estou feliz com o resultado e temos mais cinco dias de disputas. Agora é descansar para encarar a etapa de amanhã (terça-feira)", disse o campeão da Brasil Ride 2014.
Quarto colocado na segunda etapa, Henrique Avancini concordou com a análise de Hugo Prado sobre a estratégia dos austríacos, mas salientou que eles são os favoritos, por serem especialistas em provas de endurance. "Todos os atletas respeitaram bastante, principalmente aqueles que competiram o ano passado, lembrando do forte calor que passaram. A dupla austríaca abriu bem no km 40 e fizeram uma prova de muito risco. Hoje foi um dia pesado para eles, não sei se foi a melhor estratégia. Abrir 11 minutos para os segundos colocados. Pode ser pouco. Estou fazendo uma edição mais tranquila com o Wolfgang (Soares), que é da minha equipe de desenvolvimento. A prova é mais cerebral do que músculo e força. Conseguimos crescer na etapa e chegar em quarto, sendo os primeiros das Américas, o que me deixou muito satisfeito".
Em casa no Vietnã - Donas da camisa laranja (líder da ladies) após o prólogo, Raiza Goulão e Viviane Favery conseguiram mais uma vitória na Brasil Ride e seguem na liderança. Com uma diferença de xx minutos para as segundas colocadas, Annabella Stropparo e Elena Gaddoni, Raiza e Vivi passaram por momentos distinto na mais dura etapa da ultramaratona. "O Vietnam foi a melhor parte para mim do percurso. Lembrava muito onde treino, em Pirenópolis (GO), e pude zerar (não descer da bike para empurrar) em quase 80% do percurso. O pessoal empurrava e eu pedia para abrir, porque achei a parte mais divertida dos 147 km da etapa Rainha", destacou Raiza.
A ciclista ainda relembrou os momentos difíceis vivido pela sua companheira . "Amei o Vietnã porque lembra minha casa e foi legal liderar a dupla. Bacana ver que posso ir além dos meus limites e fiquei feliz de puxar a Vivi a prova inteira, ela segurou no meu calmelbak (mochila de ciclismo) e veio comigo nas principais subidas. Nunca imaginei que no ciclismo eu seria capaz de fazer isso por alguém. A Brasil Ride é uma nova etapa na minha vida, sinto que estou apta a competir em dupla", disse Raiza. "Quando vimos a última subida no fim da serra, a Vivi falou que não estava bem, porém incentivei ela o máximo e deu certo. No último quilômetro foi só comemorar. Estou feliz demais", completou a atleta goiana.
Resultados
Open
1- Daniel Geismayr(AUT)/ Hermann Pernsteneir (AUT) - 7h17min43
2- Hugo Prado Neto (BRA)/Lukas Kaufmann (SUI) - a 10min58
3- Hans Becking (BEL)/Jiri Novak (TCH) - a 20min06
Classificação geral - após duas etapas
1- Daniel Geismayr(AUT)/ Hermann Pernsteneir (AUT) - 6h23min48
2- Hugo Prado Neto (BRA)/Lukas Kaufmann (SUI) - a 12min49
3- Hans Becking (BEL) /Jiri Novak (TCH) - a 18min22
Ladies
1-Raiza Goulão (BRA) / Viviane Favery (BRA)- 8h10min54
2-Annabella Stropparo (ITA) / Elena Gaddoni (ITA) - a 33min53
3-Isabella Lacerda (BRA) / Nina Baum (EUA) - 1h50min46
Classificação geral - após duas etapas -
1-Raiza Goulão e Vivi Favery - 9h17min23
2-Annabella Stropparo / Elena Gaddoni - a 42min44
3-Isabella Lacerda / Nina Baum (EUA) - a 1h51min42
Na Corrida para a Rio 2016, Brasil Ride vive seu dia Olímpico - A Brasil Ride vive, nesta terça-feira (20), seu dia cross country olímpico. Após 147km do dia anterior entre as cidades de Mucugê e Rio de Contas, na Chapada Diamantina, Bahia, os 500 bikers que disputam a principal ultramaratona de MTB das Américas terão pela frente quatro voltas em um circuito de 7, 7km. O desafio será especial para o seleto grupo de bikers que está na corrida para a Rio 2016. Em função das semelhanças do formato da competição, será um excelente termômetro para medir como estão os principais atletas do Brasil a menos de um ano dos Jogos.
Henrique Avancini, Ricardo Pscheidt, Frederico Mariano, Sherman Trezza, Raiza Goulão, Isabella Lacerda e Erika Gramisceli estão em busca dos 120 pontos nos rankings mundiais da UCI (União Ciclística Internacional), fundamentais na definição de quem representará o País nos Jogos do Rio 2016.
Na categoria Open, Avancini forma dupla com o estreante Wolfgang Soares, Frederico Mariano corre com Sherman Trezza e Ricardo Pscheidt está ao lado de Leandro Donizete. Na categoria ladies, Raiza Goulão pedala com Viviane Favery, enquanto Isabella Lacerda tem como parceira a norte-americana Nina Baum, campeã de 2014, e Erika Gramiscelli está com Letícia Cândido.
Mesmo sendo disputada em duplas em todas as sete etapas, o cross country é a única em que os atletas podem correr separados, com os vencedores sendo definidos pela média dos tempos dos dois bikers. Esse fato permite que cada um imprima seu ritmo, o que deverá apimentar a disputa entre os olímpicos brasileiros.
A prova - Em função do desgaste da segunda etapa, a largada nesta terça será às 10h (11h de Brasília). Primeiro saem os 60 melhores colocados do dia anterior. Em seguida, às 11h30, os demais começam a pedalar. "Essa divisão evita que os mais lentos atrapalhem o desempenho dos ponteiros", explica Rafael Campos, diretor técnico da Brasil Ride. "Esta é uma etapa curta, mas dura, assim que o primeiro atleta cruzar a linha de chegada após quatro voltas, nenhum outro pode iniciar uma nova volta. Nesse caso, ele tem um tempo acrescido para definir a classificação final", completa.
Estrutura e transporte - Os bikers que nesta terça disputam o cross country encontraram uma nova estrutura em Rio de Contas. Na segunda-feira (19), mesmo antes de iniciar o pedal a partir de Mucugê, às 6h, parte da estrututra foi transferida de uma cidade para outra ainda na madrugada. "Temos duas estruturas de arena 90% montadas em cada um dos municípios, mas é preciso transferir pequenas partes, mas muito delicadas e que requerem uma atenção muito grande, como cronometragem, bagagem dos atletas, posto médico, entre outros", explica Mauro Roma, fundador da Brasil Ride.
Ao todo foram seis caminhões carregados com cerca de 30 toneladas de equipamentos que rodaram entre três a quatro horas, com direito a 40 quilômetros em estrada de terra. "Os dois dias de mudança, lembrando que voltamos para Mucugê na sexta-feira, são os mais cansativos e tensos. Diria que é até mais puxado para nós que para os atletas, pois eles se concentram apenas em uma atividade, enquanto nós precisamos fazer todo uma engrenagem funcionar, tanto na parte competitiva como na logística", completa Roma.
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