Em 2014, comércio vendeu 10% menos do que no ano anterior. Segundo instituto, tributo sobre bicicletas pode passar de 15%.
Fonte: G1
Você provavelmente já ouviu muita gente importante falando maravilhas das bicicletas: que elas são um exercício físico excelente, que elas não poluem o ar, não fazem barulho, não provocam engarrafamento nas ruas. A bicicleta é praticamente uma unanimidade no mundo todo. E se ela é um meio de transporte tão racional e saudável, parece claro que o governo tenha interesse em estimular os brasileiros a comprar bicicleta, certo? Só que não.
O que a gente mais ouve é que é preciso incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte nas grandes cidades, nas cidades engarrafadas. Mas aí a gente descobre que a carga de impostos que a gente paga quando compra uma bicicleta é maior do que a de um carro popular. E fica a pergunta: cadê o incentivo?
Assista a reportagem: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/06/brasileiro-paga-mais-imposto-por-bicicleta-do-que-por-carro-popular.html
Não é à toa que as vendas vêm perdendo fôlego. Com tantos impostos, o comércio vendeu em 2014, 10% menos do que em 2013.
Jornal Nacional: Bom dia, Wagner, tudo bem? Quer dizer que esse aqui é o seu meio de transporte?
Wagner, jardineiro: Justamente.
Jornal Nacional: A boa e velha bicicleta.
Wagner: É isso mesmo.
Wagner é um dos muitos brasileiros que adorariam ter uma bicicleta mais moderna. E ele merece: desperta com o sol para pedalar até o trabalho. Chega, encosta a já envelhecida companheira e vai cuidar do jardim. Sem a bicicleta, se sente de mãos e pés atados.
“Fica uma hora, meia hora no ônibus, esperando na parada. É muito mais prático você pegar a bicicleta e vir diretamente pra casa”, conta Wagner.
A loja de João Paulo tem cinco funcionários. Três vêm e voltam de bicicleta. Márcio pedala quase cem quilômetros por dia.
Márcio Alves, mecânico: Duas horas e vinte para chegar no serviço de ônibus. De bicicleta, eu gasto uma 1h40. A diferença é muito grande.
Jornal Nacional: E não precisa pagar academia, né?
Márcio Alves: Também não.
Quem mais compra bicicleta é quem ganha pouco: de família que conta com menos de dois salários mínimos por mês. E compra para transporte mesmo. Se ao menos o imposto sobre produtos industrializados, o IPI, para as bicicletas tivesse o mesmo tratamento dos carros populares, o preço já cairia muito. Tem também o ICMS, imposto estadual, que é mais alto para as bicicletas do que para os carros em quase todo o país.
O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação fez o cálculo de quanto o consumidor ganharia. “Para fazer uma estimativa assim, a grosso modo, mais de 15% a 20%”, afirma João Eloi Olenike, presidente do IBPT.
Assim, o Nilson, que pedala a mesma bicicleta há 15 anos, se animaria a trocar a dele.
Jornal Nacional: Uma bicicleta nova como você gosta custa quanto?
Nilson Moraes dos Santos, marceneiro: Está em torno de uns R$ 800. E R$ 800 me faz falta demais.
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