Com estrutura de primeiro mundo, atletas do ciclismo Mountain Bike brasileiro terão mecânicos, bicicletas de ponta e managers. Isso tudo com a presença de um Rubinho
Por: Globo Esporte
Pneu para pista molhada ou seca, acerto da roda, mecânicos trabalhando com rapidez na mudança de aerodinâmica, telemetria, grid de largada e equipamentos desiguais. Não é Fórmula 1, é o ciclismo Mountain Bike, esporte que faz parte do programa olímpico desde 1996. Nesta terça-feira, foi lançada em São Paulo a equipe AOO/Specialized, que contará com a número 1 do país, Raiza Goulão, e do representante verde-amarelo nas últimas duas Olimpíadas, Rubens Donizete, conhecido como Rubinho. Um dos managers da equipe, Loris Verona, explica o quão parecido é conduzir um time de ciclistas e uma equipe de Fórmula 1:
- É bem comparável. Na Fórmula 1, tem um engenheiro que acerta o carro para cada tipo de pista. No ciclismo, é a mesma coisa, o mecânico faz isso. As bicicletas são muito tecnológicas, tem ajustes a serem feitos em muitos detalhes. E o ciclista tem que ter um "quê" de Rubinho, que na Fórmula 1 acertava muito bem o carro. Eles têm que falar para os mecânicos o que falta para a bicicleta estar perfeita para determinada pista - explicou o dirigente.
O ciclismo Mountain Bike é disputado em circuitos que vão de sete a 12 quilômetros e, cada prova, tem entre cinco e dez voltas. As semelhanças com a Fórmula 1 não param por aí. No ciclismo, existe um grid de largada nas provas, em que a ordem é feita pelo ranking mundial. Há pneus aptos para chuva, que no caso do Mountain Bike é para lama, e pista seca. Rubens Donizete, presente nas últimas duas Olimpíadas, é um dos contratados da nova equipe, e afirma que agora sim poderá disputar de igual para igual com os melhores do mundo:
-Eu sentia uma grande diferença. Eu levava uma bicicleta só, para qualquer tipo de circuito. Agora, com apoio da equipe, vamos andar de igual para igual, tenho o mesmo equipamento do pessoal lá fora. Nossa equipe agora é de ponta - explicou o ciclista.
No time lançado nesta terça-feira, há também uma série de ciclistas das categorias de base, que vêm obtendo sucesso em campeonatos nacionais. José Gabriel Marques e Sofia Isabel Subtil, ambos na sub-23; Érick Bruske e Ellen Andruczewicz, na júnior; e Lucas Sírio, na juvenil, estão no time. Segundo o manager Loris Verona, o objetivo é fazer com que o ciclista só pense em pedalar:
- O manager do time tem o papel de controlar o calendário, gerir os recursos e resolver os problemas do dia a dia. Reposição de uniforme, mudança de equipamento, comprar passagem, ver hotel, ver transporte. O ciclista tem que pensar só em treinar e competir, que é o conceito europeu - explicou.
O melhor resultado da história do país em Jogos Olímpicos é a 18ª posição de Jaqueline Mourão, conquistada em Atenas 2004. Para os Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil já tem uma vaga garantida para a prova masculina, e outra para a disputa feminina. Segundo Cadu Polazzo, novo treinador da equipe lançada, e técnico da seleção brasileira, o objetivo é evoluir com relação aos últimos anos:
- Dá para pensar em um lugar entre os quinze melhores em 2016. Antes, queremos conseguir aumentar o número de vagas e classificar atletas para os Jogos pelo ranking mundial- disse.
O ciclismo distribui 18 medalhas de ouro em Jogos Olímpicos, dez delas nas provas de velódromo, quatro na estrada, duas no BMX e outras duas no Mountain Bike.
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