Duas histórias de amor à bike que, infelizmente, não tiveram final feliz
Já chega perto de 100 o número de mortes confirmadas na tragédia provocada pelo rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, Minas Gerais.
A tal barragem se rompeu na última sexta-feira (25 de janeiro), e um mar de lama tóxica varreu sem dar nenhum aviso prévio à comunidade local e aos trabalhadores da mineradora. As vítimas, portanto, são moradores da cidade e funcionários da empresa.
Ao todo, já são quase 300 desaparecidos. Sem contar o estrago ambiental, que atingiu em cheio os rios, a fauna e a flora da região – e tende a se espalhar.
E é incrível pensar que, até numa situação como essa, é possível descobrir pessoas — que infelizmente se foram — que cultivavam um amor verdadeiro à bicicleta e ao esporte. Se Minas Gerais é um estado que semeia mountain bikers o tempo inteiro, a Serra da Moeda, em Brumadinho, é um destino consagrado do pedal. E por isso também que a região é muito conhecida por ciclistas que amam desbravar a natureza com consciência.
Vasculhamos os noticiários e descobrimos a história de dois caras que eram ciclistas verdadeiros e adoradores do esporte. Fica aqui então registrada nossa breve e singela homenagem a eles — e a todos os que se foram com esta tragédia.
Moisés Moreira Sales, ciclismo para renovar
Moisés trabalhava na Vale há mais de 10 anos e, segundo à família, era um cara alegre, brincalhão e do bem. Segundo o irmão Mateus, Moisés tinha acabado de comprar uma bicicleta e estava muito feliz por isso. Em 2018, o pais deles havia morrido vítima de enfarte, e Moisés acreditava que 2019 seria um ano diferente, o ano da renovação, e que seria movido pela bike. Moisés deixa mulher e um filho de 3 anos.
Luís Cordeiro Pereira, trabalho e MTB em Brumadinho
Ainda desaparecido sob a lama que tomou conta de Brumadinho, Luís, de 52 anos, era funcionário da Vale. Em entrevista ao site da Marie Claire, sua esposa, Altina Aparecida, relatou que Luís estava muito feliz porque no domingo participaria de uma prova de mountain bike, o esporte que ele praticava com amor e especial afinco. Ainda segundo a mulher, o casal tinha um aniversário para ir no sábado, mas Luís não a acompanharia. Disciplinado, ele estava determinado a acordar cedo para mandar bem na competição de mountain bike. “Ele tem várias medalhas”, disse Altina. “Todas guardadas e exibidas com muito orgulho.”
Tiago Favarini, de 33 anos
Teve o último contato com a família, antes de almoçar no refeitório da Vale, um dos locais atingidos pela lama
O engenheiro Tiago Favarini, de 33 anos. está entre os desaparecidos do rompimento de uma barragem da Vale, em Brumadinho, ocorrido nesta última sexta-feira (25). Ele é natural de Formiga.
Segundo informações do Últimas Notícias, Tiago é funcionário da mineradora e trabalhava em uma unidade da Vale, em Ouro Branco, mas estava em Brumadinho, local onde vai todas as sextas-feiras. Renata Favarini, irmã do engenheiro, disse ao site que o último contato com dele, com a família, foi antes de sair para o almoço, o qual ele faria no refeitório da empresa, um dos locais atingidos pela lama.
Descansem em paz, colegas do pedal!
Fonte: Bicycling
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