Aprenda a dar a volta por cima com essas dicas da bicampeã brasileira, Ana Polegatch
Por Verônica Mambrini*
Há três meses, a bicampeã brasileira de ciclismo de pista, Ana Polegatch, 30 anos, sofreu dois acidentes em sequência em pouco mais de um mês que a tornaram uma verdadeira mestra no quesito “se recuperar de lesões”. No mais sério deles, Ana estava treinando para o Mundial de Ciclismo de Estrada, que aconteceu em setembro, na Áustria. Ela quebrou clavícula, o que a tirou do tão sonhado Mundial.
“Estava pedalando, senti um choque e caí. Quando me levantei, vi minha bike embolada com a moto de um cara. Levantei para brigar com ele e já senti meu osso da clavícula totalmente solto”, lembra. Por já ter sofrido a mesma fratura no passado, entendeu na hora que, desta vez, o caso era mais sério. “Comecei a chorar. Não por causa da dor, mas por saber imediatamente que não iria mais para o Mundial. Me bateu uma tristeza tão grande que eu não conseguia parar.”
Ana correu para o pronto-socorro, confirmou a fratura da clavícula, e a razão foi aos poucos tomando de novo o lugar da emoção. “Eu já tinha um centímetro a menos no osso, por causa de uma fratura anterior, e os médicos esportivos foram unânimes: eu precisava operar.
A ciclista então lembrou que seu foco são as Olimpíadas. “Perdi a passagem, perdi tudo, mas se aconteceu isso é porque era para ser assim”, diz, sem remorso ou tristeza. Dez dias depois do segundo acidente, ela foi operada, colocou uma placa de titânio e voltou para o pedal de novo no meio de novembro. Abaixo, ninguém melhor do que ela para dar dicas de como sacudir a poeira, se recuperar de lesões e voltar para bike – melhor do que nunca.
PARA SE RECUPERAR DE LESÕES, PRIMEIRO ACEITE
Aceitar um revés desses sem entrar no papel de vítima é difícil, mas necessário. Para Ana, não existe a ideia de que algumas pessoas “atraem” fases de azar. Por isso, entenda seu momento e siga em frente.
NÃO PROCURE UM CULPADO…
Alguém vacilou no pelotão? A fechada te derrubou no trânsito, te machucou e destruiu sua bike? Avalie se vale mesmo a pena arrumar “sarna para se coçar”. “Evito ficar achando culpados. Mesmo quando a responsabilidade é de um terceiro, nem sempre vale a pena gastar energia nisso. É melhor usar essa energia para se recuperar de lesões e melhorar”, aconselha a ciclista.
… NEM SINTA CULPA
O sentimento de culpa não ajuda em nada. “Nunca cogitei parar de pedalar, nem passa pela minha cabeça. Isso só é possível se você se livrar da culpa. Entender que estava no lugar errado, na hora errada.”
DÊ UM PASSO DE CADA VEZ
Comece do zero e trabalhe com o que tem: seu calendário de prova e de treino começa do zero, a partir de como você está no seu retorno. Esqueça o “se”, tipo “se não tivesse caído, se não tivesse acontecido…” Não é fácil, mas só existe o agora. “Quando eu voltar a pedalar, haverá os Jogos Abertos, na qual eu planejava estar muito bem. Mas meu objetivo mudou: agora é ajudar minha equipe. Tenho certeza que posso pelo menos dar trabalho para as outras competidoras da prova.”
PARA SE RECUPERAR DE LESÕES, SEJA OTIMISTA
Ana é daquelas que vêem o copo sempre meio cheio – e não meio vazio. “Faço planos, tenho objetivos possíveis. Eu gosto de pedalar: independentemente de onde eu esteja. E sei que vou dar o meu melhor. Não quero sair de uma prova sem saber que dei tudo, mesmo se o resultado não for o esperado.”
[*Leia a matéria completa na edição novembro/dezembro da revista Bicycling, nº 19]
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