Entenda: dor na virilha depois do pedal
Pedalar exige um esforço de todo o corpo, em especial dos músculos do quadril e abdômen, tanto para auxiliar na estabilização do tronco, quanto na sustentação da postura do ciclista sobre a bike.
Pedalar exige um esforço de todo o corpo, em especial dos músculos do quadril e abdômem, tanto para auxiliar na estabilização do tronco, quanto na sustentação da postura do ciclista sobre a bike. Além, é claro, de ajudar com a força para empurrar o pedal.
Contudo, o esforço repetitivo aliado à sobrecarga, desequilíbrio e encurtamento muscular, pode ocasionar um processo inflamatório, denominada lesão pubalgica, que causa dor na virilha ou na região do púbis. É necessário tomar cuidado com esse tipo de inflamação pois, se não tratada adequadamente, o caso pode agravar e às vezes é necessária a intervenção cirúrgica.
O mestre em ortopedia traumatologia, Dr. Orlando Righesso Neto, explica melhor sobre esse tipo de lesão:
- O que é lesão pubalgica: é um processo inflamatório causado na sínfise púbica, articulação semimóvel responsável por unir o púbis, formando a cintura pélvica, que ocasiona dor na virilha. Normalmente acontece em atletas de esportes que exigem acelerações e mudanças bruscas, como o basquete, handebol e futebol, e em movimentos repetitivos e intensos, como a corrida e o ciclismo.
- Causas: esse tipo de lesão, normalmente, está ligado à sobrecarga de exercícios, microlesões do músculo adutor, desequilíbrio, encurtamento muscular, entre outros. Ela não tem uma causa única, mas para ciclistas que pedalam como meio de transporte ou por lazer, geralmente está relacionado ao mau ajuste ou uso inadequado da bike. Já para os competidores, normalmente está ligado ao estresse de treinamento (overtraining).
- Diagnóstico: normalmente, os primeiros sintomas são as dores na virilha e na região pélvica, ou ainda, o surgimento de um caroço na região da virilha (hérnia inguinal). A dor pode surgir de forma aguda ou progredir ao longo do tempo. Mas, o diagnóstico preciso, somente é detectado através de exames como a tomografia, ressonância magnética e ecografia.
- Tratamento: consiste, primeiramente, em repouso acompanhado de tratamento com medicação analgésica e anti-inflamatória. Além disso, é preciso fisioterapia de seis a oito semanas e, caso não obtenha o resultado esperado e, os sintomas persistirem, é indicada a cirurgia.
- Prevenção: aos que pedalam por lazer é aconselhável que regulem corretamente a bicicleta com um profissional bike fit e que evitem o excesso de força. E para os profissionais, é importante que tenham o auxílio de um treinador para orientar em relação à frequência e intensidade. Lembrando que o descanso após o treino pesado ou da competição deve fazer parte do treinamento. Também, muito importante, é realizar os alongamentos corretamente.
Então galera, sigam essas dicas para evitar contratempos e se sentirem alguns desses sintomas, procure um médico e parem a atividade imediatamente.