Os cuidados necessários antes e durante a viagem para os adultos e as crianças se divertirem
Por Isabela Rios Site: WebVenture
Longas horas de avião do Brasil a Alemanha, 500 quilômetros de bicicleta atravessando os Alpes e mais uma “esticadinha” de alguns dias para explorar Veneza, tudo isso com duas crianças de cinco anos de idade.
Parece impossível? Foi essa a viagem que o casal Fabio Gomes e Melissa Macêdo fez este ano. Apaixonados pela bicicleta, os dois sonhavam em pedalar a TransAlp saindo da Bavária, na Alemanha, passando pela Áustria e Suíça, chegando ao Lago de Garda, na Itália. E os dois filhos pequenos, que serviriam como desculpa para a maioria das pessoas desistir da viagem, os motivou ainda mais. “Tivemos oportunidade de conhecer muitas coisas novas e diferentes e ter momentos incríveis entre nós”, conta Fabio.
Foram seis meses de planejamento, preparação e muito apoio dos familiares. “Meus pais e minha sobrinha fizeram o percurso de carro transportando bagagem, equipamentos e os meninos em partes do trajeto.” A irmã de Fábio (que mora na Alemanha) com o marido, também pedalaram com o casal o tempo todo e, mais que isso, eles que montaram e foram os guias do trajeto.
Os quatro percorreram 500 quilômetros de pedal em cinco dias, com mais de 10 mil metros de altitude acumulados no percurso. Atravessaram cordilheiras, vales, estradas, ciclovias, trilhas, vilarejos e plantações. E rebocaram os meninos no bike trailer por trechos na Áustria e na Itália. “Eles puderam sentir bem de perto o gostinho da expedição, pois estavam totalmente integrados com as nossas atividades do começo ao fim”, afirma o pai.
Após a travessia, Fabio e Melissa ainda passaram alguns dias com os filhos entre o Lago de Garda e Veneza e depois retornaram para mais alguns dias na Alemanha, junto com o restante da família. “Foi tudo muito intenso. Em duas semanas viajamos de avião, carro e trem, fizemos a travessia dos Alpes de bicicleta e passeamos de barco.”
Não foi a primeira vez que os gêmeos Martim e Theo acompanharam as aventuras dos pais. Com quatros meses de idade viajaram a primeira vez e com um ano já se divertiam no bike trailer. Aos dois anos de idade, os meninos subiram a Pedra do Bauzinho, em Campos do Jordão, e, aos três, a família desceu a Serra do Mar de bicicleta. “Eles já foram de Pipa a Angra dos Reis e de Pirenópolis a Paraty, além de incontáveis ‘escapadas’ nos arredores de São Paulo para fazendas, pousadas, praias e montanhas, incluindo uma tradicional trilha de bike em Itupeva.”
Mas incluir filhos pequenos nas aventuras exige planejamento e muitos cuidados. Dos itens essenciais da bagagem como medicamentos, roupas de sobra e brinquedos, ao cronograma de horários para dormir e se alimentar.
“As crianças sofrem com a quebra de rotina. Mesmo sem rigidez, sempre procuramos respeitar os horários usuais de acordar e dormir e manter as principais refeições, pois atrasar muito um almoço ou esticar demais a hora de ir para a cama acaba interferindo nas próximas atividades programadas.” O desafio é ainda maior quando a viagem tem uma diferença grande de fuso horário.
Algumas dicas já fazem parte da rotina de viagens da família. “Para encarar voos longos, brinquedos, jogos e materiais de desenho são ótimos para entretenimento.” Durante caminhadas pelas cidades, por exemplo, são essenciais na mochila casaco, brinquedo, água e um lanchinho.
Segundo os pais, também é importante ter consciência de que as crianças pautam o ritmo e determinam o que funciona na viagem. É fundamental pensar sob a ótica dos pequenos, respeitando seus interesses e também suas restrições de envolvimento, sempre reservando espaço para eles brincarem. “Ao atravessar uma pequena cidade paramos em um parquinho para os meninos explorarem e, em Veneza, a diversão era assustar as pombas. Nós os levamos na Coleção Peggy Guggenheim e depois ficamos um tempão no alto de uma ponte acenando para as gôndolas e barcos que passavam em um pequeno canal.” Com bom senso e equilíbrio, é possível calibrar as expectativas para não frustrar os adultos e não sobrecarregar as crianças.
Para Fabio e Melissa, viajar oferece a oportunidade de colocar as crianças em contato com situações novas e vivências que seriam muito abstratas ou superficiais se apenas contatas como histórias ou vistas na TV.
“Talvez essas experiências possam ajudá-los a entender a grandiosidade e as possibilidades do nosso mundo, a respeitar as diferenças, a aumentar a curiosidade, descobrir e entender coisas novas.”
E, além do aprendizado, existe algo muito importante em cada roteiro. “Mais que tudo, viajar em família permite estarmos juntos de um modo muito mais próximo, profundo e intenso do que é possível no dia a dia e, só por isso, já são sempre muito especiais.”
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