Pedalar parece muito simples para aqueles que andam de bicicleta desde criança. Basta pegar sua magrela e passear por aí, seja com um grupo de ciclismo ou sozinho pelas ruas e ciclovias. Certo? Errado. Inúmeros aventureiros da bike sofrem com
Pedalar parece muito simples para aqueles que andam de bicicleta desde criança. Basta pegar sua magrela e passear por aí, seja com um grupo de ciclismo ou sozinho pelas ruas e ciclovias. Certo? Errado. Inúmeros aventureiros da bike sofrem com lesões e incômodos dos mais diversos tipos, cujas causas variam desde as quedas, o uso inadequado dos equipamentos até a má postura e acidentes sérios.
Em ciclistas é comum observarmos problemas nas rótulas e tendinites nos joelhos e no tendão de aquiles. Muitos relatam dores no pescoço, na lombar, e ao redor dos ombros na região dos músculos do trapézio, de acordo com o ortopedista Fabio Ravaglia.
O empresário Raphael Pazos pratica triathlon, modalidade que envolve natação, ciclismo e corrida, há seis anos. Apesar de não utilizar o esporte como profissão, ele leva os treinos e competições bastante a sério, mas já teve problemas de saúde por conta do esporte. Em uma queda, acabei machucando o ombro. A ferida não cicatrizava, mas não dei muita importância na hora. Tempos depois, descobri um câncer de pele, relacionado à exposição ao sol e a falta de cuidado que tive com esse machucado. Uma boa dica que o esportista dá para aqueles que encaram competições ou longos percursos é não utilizar equipamentos diferentes daqueles utilizados nos treinos: não invente de usar uma bermuda nova, que pode lhe causar machucados. Também é bom evitar comer durante a prova um lanche que você nunca ingeriu antes, por exemplo. Outro ponto importante é ter cuidado com a lombar, preocupando-se em fortalecê-la com exercícios de musculação.
Previna assaduras
As assaduras são também um problema frequente, porém fácil de serem resolvidas. O posicionamento correto do selim (assento) é fundamental, pois se ele estiver muito alto (em relação ao pedal) vai exigir maior movimentação das pernas e aumentar o atrito, favorecendo a irritação da pele. Além disso, o mais indicado é que o selim esteja em posição reta ou levemente abaixada. Os selins com amortecedor e com uma abertura central ajudam a evitar as assaduras. E vale usar bermudas de ciclismo que mantêm a pele livre de umidade.
Mantenha a pose
A postura é fundamental para evitar dores e até lesões a longo prazo. O guidão deve estar em uma altura que permita que você mantenha as costas eretas e os braços relaxados, mas não muito próximos ao corpo para não sobrecarregar as articulações, explica Fabio Ravaglia.
Há um truque simples para saber a altura correta do assento: fique em pé do lado da bicicleta - o assento deverá estar na altura do seu quadril, diz Fabio. É importante manter a cabeça alinhada, além de coluna e pescoços relaxados. Relaxe também as mãos, os cotovelos e os ombros. Mantenha o joelho em uma altura inferior às mãos durante as pedaladas, diz o ortopedista.
Cuide da lombar
As dores lombares são uma reclamação frequente e costuma também ser decorrente da má postura do ciclista sobre a bike. Fortalecer o abdômen é um truque importante para a sustentação do corpo do ciclista sobre a bike e evitar as dores. Na academia ou em casa, capriche nos exercícios de musculação e abdominais para fortalecer o core ou cinturão de força, que é a região muscular que envolve essa região da coluna vertebral. É fundamental fazer alongamentos antes e depois de pedalar. E para quem está começando, vale pedalar por um período de tempo que não cause dores nas costas e ir aumentando o tempo gradativamente.
Proteja os joelhos
Outro cuidado é que pedalar de maneira incorreta ou a sobrecarga pode causar tendinite nos joelhos ou problemas nas rótulas. Manter o pedal muito frouxo contribui para esses problemas, além de aumentar as chances de estiramento no tornozelo, diz Fabio. No entanto, também é importante não jogar o peso do corpo todo sobre os membros superiores. Outra dica importante é não movimentar o quadril para os lados, como se estivesse rebolando, evitando problemas na articulação dos quadris.
Pequeno ciclista
Não é só gente grande que deve se proteger contra lesões e acidentes. Os pequenos também. Um estudo realizado pela Faculdade de Odontologia da Unicamp, em Piracicaba, acompanhou 757 pacientes e concluiu que, nos casos de fratura facial, 98% das crianças não usavam acessórios de segurança ao andar de bicicleta, como o capacete.
Os meninos eram os maiores atingidos: 70% dos casos. Ou seja, vale lembrar aos pais que, mesmo na hora da brincadeira, é importante o uso, pelo menos, do capacete, que evita quase que por completo as lesões em casos de quedas e batidas leves.
Fonte: Revista Bicicleta
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