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Chapada da Diamantina - BA

  • 06/07/2017

A Chapada Diamantina fica a 430 km de Salvador. As cidades do entorno do Parque Nacional são Andaraí, Ibicoara, Itaeté, Lençóis, Mucugê e Palmeiras.


Histórias do Garimpo, cachoeiras e muita cultura no coração da Bahia

A Chapada Diamantina, incrustada no coração da Bahia, tem sua história marcada por tesouros. O ciclo do diamante - extraído da região desde o séc. XIX, fonte de riqueza para os coronéis e labuta para os escravos - lapidou uma cultura peculiar que sobreviveu ao declíno de sua exploração. Mais da metade do diamante original ainda está lá sob o solo, o que explica a energia especial da região.

Mas as joias que mais brilham são a natureza - através de suas montanhas, cachoeiras, grutas e poços - e as pessoas, que com sorriso largo, histórias facinantes e culinária especialíssima recebem e acolhem os visitantes.

Pedaladas moderadas a intensas, com acompanhamento de veículo de apoio, ideal para curtir a natureza e desafiar o corpo!

 

Por: Revista Bicicleta por Adroaldo Vasconcelos Jr.

 

Considerada a Meca do trekking nacional, a Chapada Diamantina agora se destaca como um destino épico para os amantes do mountain bike, com trilhas técnicas, singletracks, estradas de terra e visual de tirar o fôlego.

Por volta de 1840, foram descobertas as primeiras lavras diamantíferas da região, dando início ao “Ciclo do Diamante”, no centro do estado da Bahia onde hoje é a Chapada Diamantina. Do auge à decadência muita coisa aconteceu. Novas cidades e povoados surgiram, assim como coronéis e economias paralelas. Quando o diamante que estava mais próximo da superfície foi ficando escasso, os garimpeiros - que não tinham máquinas de mineração para alcançar as lavras mais profundas - migraram para a região norte do país e para a região sudeste, atraídos pela procura de mão-de-obra nesses lugares.

A principal herança dessa época são as trilhas e caminhos abertos pelos garimpeiros que hoje levam aos incríveis atrativos naturais da região. Com a criação do Parque Nacional, em 1985, os amantes das caminhadas começaram a explorar esse belíssimo lugar, embora ele nem esteja regulamentado para a visitação pública ainda. A necessidade de novas economias para a região fazem com que atividades como o turismo de aventura e o ecoturismo se estabeleçam e operem os roteiros de maneira organizada, como se tudo fosse regulamentado, e acabam ajudando na manutenção do parque.

O nosso desafio era realizar um roteiro de quatro dias com um nível técnico alto, em que pudéssemos conferir os belos atrativos da região. O roteiro previa pernoites em locais diferentes, para termos contato com diferentes culturas e conhecermos o povo que habita a Chapada Diamantina. Partimos do Vale do Capão, norte do Parque Nacional, um povoado repleto de atrativos naturais e muitas trilhas. Nosso guia foi o Nito (Anilton Marques), nativo do Vale do Capão, campeão baiano de MTB XCO na categoria Master A. Um carro de apoio com mecânico, alimentação e hidratação também nos acompanhou.

Logo no primeiro dia enfrentamos um grande desafio na travessia de 50 km entre Vale do Capão e Mucugê, com um push bike de 50 min e diversas travessias de córregos e pequenos riachos em que tivemos que descer da bike várias vezes. Mesmo com trechos fechados e técnicos, a paisagem compensava as dificuldades com a vista do Vale do Paty, o principal trekking do Parque Nacional, e dos incríveis Gerais do Vieira e do Rio Preto.

Só o primeiro dia do roteiro já era suficiente para justificar a vinda para a Chapada. A trilha era praticamente toda de singletrack com trechos técnicos em meio às pedras onde o solo preto e arenoso em alguns momentos ficou pesado, junto com partes de trilha fechada, que exigiu bastante concentração. Chegamos em Mucugê no crepúsculo do dia, exaustos, porém, encantados com a trilha.

 

Primeiro dia: Total 52 km | subida acumulada 398 m |90% singletrack; sendo: 70% solo preto arenoso rígido | 10% areão | 15% Pedras | 05% charcos (condição momentânea).

O objetivo para o segundo dia de trilha era o município de Lençóis, principal cidade turística da Chapada Diamantina, decretada cidade histórica pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 1974, após a decadência do ciclo do diamante. Logo na saída de Mucugê pegamos parte do prólogo do Brasil Ride, um trecho bastante técnico com muito cascalho, areia e lajedos de pedra seguido de uma forte subida pela estrada de asfalto. 

Na segunda parte, 8 km de singletrack com muita pedra e areião. Em alguns trechos até chegar no povoado de Igatu, existiam grandes degraus e muita pedra solta. Depois, encaramos uma descida pelas impressionantes Ruínas, um downhill de 6 km em meio aos antigos garimpos de diamantes com um piso de pedra infinito até chegar na estrada de asfalto já perto da cidade de Andaraí. Na cidade, fizemos uma rápida pausa para o famoso sorvete caseiro e seguimos pela Estrada Velha do Garimpo: mais 26 km com uma estrada tipo 4x4, com grandes trechos de areião e muito banho de rio até chegar em Lençóis, onde pernoitamos. A equipe de apoio deu uma geral nas bikes, que estavam moídas da areia e água.

 

Segundo dia: Total 58 km| subida acumulada 550 m|45% singletrack; | 10% de asfalto| 45% estrada 4x4| sendo: 40% piso lajedo de pedra | 10% areão | 15% pedras soltas | 05% charcos e cursos d´água (condição momentânea). 

No terceiro dia saímos de Lençóis pelo Barro Branco, uma forte subida de estrada de terra vermelha com cascalho solto em alguns trechos que foi afunilando até virar um singletrack dos mais técnicos de todo roteiro. Depois de 8 km pedalando por lajedos, cascalho com areia e antigos calçamentos de pedra já era possível avistar o Morro do Pai Inácio, porém, só iríamos subi-lo ao final do dia. Passamos por um local conhecido por Poném e seguimos até o Vale do Cercado, com um incrível visual entre as Serras dos Brejões, o Morro do Camelo e o Pai Inácio , de onde pegamos uma forte subida até um platô para, enfim, contemplar um pouco a paisagem e reencontrar o carro de apoio.

Após um lanche, seguimos por locais de incontestável beleza e finalizamos o dia com um incrível pôr do sol no topo do Morro do Pai Inácio. Pernoitamos no povoado do Campos de São João, em uma aconchegante pousada.

 

Terceiro dia: Total 44 km| subida acumulada 850 m|35% singletrack;|50% estrada tipo 4x4| 10% estrada de terra| 05% asfalto| sendo: 70% solo arenoso rígido | 5% areão | 20% Pedras | 05% cascalho fino. 

No quarto e último dia, retornamos ao Vale do Capão. Saindo da pousada, pedalamos por uma estrada calçada, atravessamos a BR-242 e entramos em um difícil singletrack. Seguimos por uma estradinha de terra sem encontrar nenhum carro até o Poço Verde. Tomamos banho e seguimos por uma forte subida com partes técnicas e muita pedra e trechos rápidos com solo de areia e terra preta compactada. Havia também um riacho em que podíamos tomar banho e pegar água. Foi assim por 19 km até o singletrack virar uma estradinha de terra e chegarmos na pousada.

 

Quarto dia: Total 38 km| subida acumulada 380m | 85% singletrack;|5% asfalto|15% estrada terra| sendo: 70% solo preto arenoso rígido | 10% areão | 15% Pedras | 05% charcos (condição momentânea). 

A Chapada Diamantina é um dos destinos nacionais mais completos para o mountain bike. Foram apenas quatro dias e um total de 192 km rodados, com 2180 metros de subida acumulada e faltou conhecer muita coisa. Ainda bem: pois voltar à Chapada Diamantina já faz parte dos meus planos.

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