O Caminho do Frei Galvão é um percurso de 135 quilômetros, seguindo pelas estradas e trilhas da Serra da Mantiqueira. A definição do trajeto foi planejada e organizada utilizando como base as tradicionais trilhas antes percorridas por tropeiros para o transporte de mercadorias antigamente.
O sucesso dos Caminhos da Fé, como o de Santiago de Compostela na Espanha, inspirou no Brasil inúmeros roteiros.
Assim, em 2007, a canonização de Frei Galvão deu origem ao Caminho de Frei Galvão, entre São Bento do Sapucaí e Guaratinguetá.
O Caminho do Frei Galvão é um percurso de 135 quilômetros, seguindo pelas estradas e trilhas da Serra da Mantiqueira, entre municípios mineiros e paulistas, de grande altitude. A definição do trajeto foi planejada e organizada utilizando como base as tradicionais trilhas antes percorridas por tropeiros para o transporte de mercadorias antigamente.
Um caminho bem sinalizado, pronto para ser utilizado pelos amantes de caminhada que buscam a peregrinação religiosa e histórica, sempre em contato com a belíssima natureza da Mantiqueira. Uma experiência que proporciona conhecer lugares lindos, além da energização.
Cidades do Percurso
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DIÁRIO DE VIAGEM
Partida às 8 horas de São Bento do Sapucaí-SP, da pousada Cama & Café, onde se recebe mapas e orientação para a caminhada. Percurso de 23 km, com saída pelo bairro do Quilombo e chegada à cidade mineira de Luminosa, pelo bairro dos Lucios, a 1.575 m. de altitude. Pernoite na Pousada de Nossa Senhora das Candeias. Encontro com ciclistas que faziam o mesmo trajeto. Setas azuis em placas de madeira indicam a trilha.
Em Luminosa: café da manhã. Saída às 8:15 hs, em direção a Piranguçu-MG, comaltitude de 950 metros. Trajeto de 21 km, por altitudes de até 1.200 metros. Paisagens impressionantes, flores, pinheiros, pontes, amoras, pássaros, ar puro, jantar e dormida na Pousada Casa Branca. Destaque do caminho: um oratório, em cimento, com Santo Antônio e as belas fotos registrando todas as belezas encontradas.
De Piranguçu-MG a Wenceslau Braz-MG, na divisa com Itajubá-MG. Caminhada de 37 km, com pequeno e único trecho em asfalto até a Pousada Lageado, a 1000 m. de altitude. É o trecho mais cansativo e a pousada mais confortável, com piscina de água quente, boa comida, quartos com TV e lareira. A credencial do Caminho foi carimbada no Chalé dos Freire-MG, passando-se pelo Pico da Serra dos Vieira. Destaque: o Chalé da Paz, um lanche rápido e seu bom acolhimento, a meio caminho para o Lageado.
Saída da Pousada Lageado em direção à Fazenda Boa Esperança em Delfim Moreira-MG, no APA da Mantiqueira, com altitude de 1450 m. Destaque para um tanque de cimento, com cara de leão. A trilha em direção ao município de Guaratinguetá, tem trajeto de 25 km. A meio caminho e próximo ao Hotel Barão (em reforma) há dois Oratórios, pequenos, em madeira e cimento, pintados de azul, à margem da trilha. Possuem imagens de Nossa Senhora Aparecida, Santo Antônio e Frei Galvão. Pedidos, orações, bilhetes e agradecimentos de graças e terços ali estão também. É este o ponto máximo da caminhada: 1.500 metros de altitude, com subidas de até 600 m. Aí tem início a descida, direta, com 8,3 km. É o trecho mais arriscado do trajeto, com “escorregões” registrados nas fotos. É perigoso por ser feito através de um valetão fundo, escuro, e que oferece grande risco no período chuvoso, por ser caminho das enxurradas. Iniciou-se assim a última etapa da aventura, através do bairro dos Pilões, já no município de Guaratinguetá. Às 16,50 h chegou-se à aconchegante Pousada de D. Sueli, com refeição deliciosa. O carimbo da Credencial, ali feito, registrou os seguintes dizeres: “Sueli Ap. Guimarães Faria, deseja às peregrinas uma boa viagem e que Deus as abençoe. 14.09.09. Pilões”.
Partida dos Pilões, de capa, devido à chuva, com percurso de 22 km até a Casa de Frei Galvão, em Guaratinguetá, com paradas e fotos nas capelas de Sant’Ana e São Joaquim, Santa Edwirges, São Sebastião, São Manuel e Escola de Aeronáutica. No bairro do Pedregulho, a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na Casa Puríssimo Coração de Maria. Através da Ponte Dr. Zerbini, as caminhantes chegaram à Casa de Frei Galvão, no centro histórico da cidade.
Neste monumento – final do Caminho “você recebe as Pílulas de Frei Galvão, visita a casa onde nasceu este santo brasileiro, conhece mais da sua vida e história”, ganhando seu Diploma de Visita. O Diário da Viagem pelo Caminho Frei Galvão foi encerrado com a doação dos cajados das caminhantes à Casa e foto à frente do oratório com uma imagem de Frei Galvão talhada em jacarandá, de autoria de Ditinho Joana, conhecido artista de São Bento do Sapucaí. Enfim, “uma caminhada que vale a pena e deve ser repetida”, escreveram as irmãs – autoras, Maria Antônia e Maria Angélica.
Fonte e mais informações:
http://www.casadefreigalvao.com.br/
Texto de Renato Frosch e Emilson Pareschi – [email protected]
O Caminho do Frei Galvão é considerado uma das rotas de peregrinação mais difíceis do Brasil, talvez o mais difícil tecnicamente para quem se propõe a pedalar no roteiro que vai de São Bento do Sapucaí a Guaratinguetá, na Serra da Mantiqueira.
Acompanhe a narrativa da viagem realizada em fevereiro de 2009 pela dupla de ciclistas Emilson Pareschi e Renato Frosch.
O grupo em que costumo pedalar possui alguma experiência em cicloturismo, com viagens realizadas no Caminho de Santiago, no Caminho da Fé e Caminho do Sol, região das Missões no Rio Grande do Sul, Chapada Diamantina, Estrada Real, Serra do Rio do Rastro e, baseado neste histórico, sinto-me confortável em afirmar que o Caminho do Frei Galvão não é uma boa opção para uma viagem sobre duas rodas.
Os visuais diários da Serra da Mantiqueira, com inúmeras situações de cruzamento com riachos, cachoeiras, fazendas e vilas, são muito bonitos. A sinalização, representada por setas azuis, está muito bem conservada e a estrutura para hospedagens está bem organizada.
Por outro lado, as grandes diferenças altimétricas e, fundamentalmente, os tipos de estradas do caminho (trilhas em single track intransitáveis, cursos d’água e rotas de romeiros) configuram o percurso deste Caminho em uma pedalada pouco efetiva.
Segue roteiro realizado:
DIA 1 – São Bento do Sapucaí – Luminosa – 24km – 710m de subida acumulada;
DIA 2 – Luminosa – Piranguçu – 22km – 510m de subida acumulada;
DIA 3 – Piranguçu – Wenceslau Braz – 37km – 550m de subida acumulada;
DIA 4 – Wenceslau Braz – Guaratinguetá – 52km – 1.210mde subida acumulada.
OBS: O trecho final é uma descida absurda pela Serra da Mantiqueira, através de caminhos abertos pela água das chuvas, um desnível de mais de 1100 metros em meros 17Km.
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